Vivência do acadêmico de enfermagem do sexo masculino na consulta de enfermagem ginecológica: um relato de experiência
Palavras-chave:
Gênero. Atenção primaria. Desmitificar.Resumo
Introdução: A Atenção Básica é um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. A consulta de enfermagem como uma atividade que facilita a construção do vínculo, é uma atividade privativa do enfermeiro, a qual faz parte de uma série de atribuições do profissional que atua na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesta perspectiva destaca-se a consulta ginecológica, que visa prestar um atendimento voltado não somente para os aspectos biológicos das mulheres, mas principalmente, inter-relacioná-los com os aspectos sociais e psicológicos, garantindo, desta forma, que a assistência prestada seja interdisciplinar, transformadora e integral. A consulta é reconhecida quanto ao seu papel preventivo do câncer de colo uterino e de mama, além do atendimento de problemas de saúde reprodutiva e sexual. Entretanto, enquanto acadêmico de enfermagem do sexo masculino, vivenciei no período de atividades teórico-práticas, certa resistência das mulheres mediante consulta ginecológica de enfermagem, ofertada pelo enfermeiro, principalmente, para fins de coleta de exame citopatológico do colo do útero. Objetivo: Relatar a experiência enquanto acadêmico de enfermagem do sexo masculino na consulta de enfermagem ginecológica durante o período de atividade teórico-práticas em uma Unidade Básica de Saúde no Oeste/SC. Metodologia: O relato de experiência ocorreu em um período de quinze dias de atividade teórico-práticas voltadas à assistência a saúde da mulher na Atenção Primária de Saúde (APS), realiza em âmbito de consultas de enfermagem ginecológicas. Desenvolvimento: Durante o período de atividades teórico-práticas realizávamos o acolhimento da usuária na recepção da UBS, neste momento, aproveitávamos para nos apresentar e perguntar se a usuária permitia nossa presença na consulta de enfermagem, para nossa surpresa, as expressões de desagrado e ou recusa foram inúmeras, sempre apoiado-relacionadas pelo sexo masculino do acadêmico, com falas do tipo “não quero homem na minha consulta”. Notou-se também que, mulheres adultas tem maior resistência em aceitar a assistência de profissionais do sexo masculino. Com isso ressaltamos a grande importância em desvincular o papel de prestadores de cuidado do universo feminino, levando a comunidade que enquanto profissionais de saúde/enfermeiro podemos dar maior visibilidade aos profissionais do sexo masculino como potenciais cuidadores e profissionais dos serviços de saúde. Conclusão: Apontamos que para se obter uma assistência à saúde da mulher de forma qualificada e efetiva, é necessário conhecer a comunidade em suas fragilidades e potencialidades, criando dessa forma o vínculo necessário que estimule as mulheres a procurarem o serviço, entendendo que o profissional de saúde homem ou mulher é apenas um sujeito, desta forma não ligando enfermagem à um gênero.
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