VIVÊNCIAS INTERCULTURAIS: A CULINÁRIA COMO FOCO

Autores

  • Juliana da Silva uNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS REALEZA
  • Andressa Salete Andreolli Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Angelita Claudino Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Caroline Magali Ribeiro Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Edna Luciane Soares Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Flávia Pavanello Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Ana Carolina Santos Fernandes Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Andréia Florêncio Eduardo de Deus Universidade Federal da Fronteira Sul campus Realeza
  • Amélia Dreyer Machado Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza

Palavras-chave:

Diversidade Cultural, Hábitos Alimentares, Cultura Alimentar

Resumo

A cozinha é um espaço social, onde revelam-se redes de sociabilidade intracomunitária em um uso coletivo do espaço doméstico, através das trocas de saberes, dos pequenos empréstimos de utensílios e produtos. O Projeto de Extensão: Vivências Interculturais: a culinária como foco,  objetivou proporcionar oportunidades de trocas de experiências culturais para a comunidade acadêmica, auxiliar na inserção acadêmica das alunas indígenas, proporcionar conhecimento e trocas relacionadas à culinária indígena e do branco. Para tanto aconteceram encontros quinzenais nas residências das participantes, com registro fotográfico e escrito. Nestes encontros, além das preparações culinárias foram debatidos textos e vídeos relativos ao contexto da cozinha como espaço de socialização e de transmissão de saberes de geração á geração e, a mulher como sendo peça chave neste processo. A partir de um alimento constituinte da alimentação indígena e do branco (mandioca, milho, arroz) foram elaborados os pratos. Das 8 participantes, 3 eram indígenas. Foram realizados oito encontros, dentre eles 2 almoços, 2 cafés da manhã e uma festa junina. Foram oito as preparações trabalhadas: mandionese, galinhada/mandiocada, tapioca, bolo de milho, lasanha de carne com massa de mandioca, canjica salgada, pipoca, pé de moleque, arroz, saladas e suco natural compuseram os cardápios do almoço. A responsável pela preparação explicava o modo de preparo às demais e redigia a receita, que veio a constituir um livreto. Através do projeto tornou-se possível reproduzir pratos da cultura de origem, além de refletir o abandono de certas práticas alimentares em decorrência da mudança no estilo de vida em ambas as culturas, bem como pela falta de oferta dos ingredientes que fazem parte das preparações culinárias. Os relatos demonstraram que as expectativas foram superadas: “Aprendemos fazer pratos diferentes, como fazer tapiocas...eu mesma preparei a minha primeira tapioca,” “dividirmos as tarefas durante o preparo e limpeza, como também as conversas compartilhando um pouco das memorias de cada uma estreitou laços entre as estudantes e a professora, nos fazendo ver uma a outra fora da instituição de ensino.” “Propiciou maior interação entre as fases do curso.” “Foi muito bom fazer o projeto pois me ajudou a falar mais e interagir ”. “Foi muito importante para mim, principalmente nessa fase inicial como acadêmica, pois não estava sendo muito fácil, estudante indígena, me adequar a outra rotina, outro tipo de vida muito diferente da minha, até mesmo a convivência com meus colegas do curso.” “Contribuiu para que nós conhecêssemos novas pessoas, novas amizades. Como tenho muita dificuldade de me comunicar, me ajudou muito á falar o que eu penso a dar minhas opiniões. Esse foi o primeiro projeto que participei e isso me ajudou muito e gostei, pois mesmo as integrantes do grupo não se conhecendo muito bem, aceitaram um ao outro, e cada encontro que tivemos foi ótimo ver todas participando, não se importaram se éramos indígenas, mas nos deram seu apoio e sua amizade.” Conclui-se, que o Projeto auxiliou na integração das alunas indígenas no contexto acadêmico, além de  servir para troca de conhecimento e experiências entre ambas as culturas.

 

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Publicado

30-11-2017

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura