SISTEMA PURINÉRGICO EM PLAQUETAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

Autores

  • Mônica Dayane Lammers Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Nyasmin Mendes Anéli Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó
  • Gabriela Gonçalves de Oliveira Universidade Federal da Fronteira sul, campus Chapecó.
  • Andréia Machado Cardoso Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó

Palavras-chave:

Ectonucleotidases, Tromborregulação, Doenças cardiovasculares.

Resumo

O Sistema Purinérgico é um sistema composto por nucleotídeos de adenina, [trifosfato de adenosina (ATP), difosfato de adenosina (ADP) e monofosfato de adenosina (AMP)] e adenosina, enzimas denominadas ectonucleotidases e receptores. A sinalização desencadeada por esse sistema possui diversos papéis (pato)fisiológicos, incluindo a ativação plaquetária. Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica a respeito do papel do sistema purinérgico nas plaquetas. A pesquisa foi realizada nas bases de dados pubmed e scielo. Foram incluídos no estudo 12 trabalhos sobre o tema. Os resultados mostraram que o ATP e o ADP são moléculas pró-agregantes, que favorecem a ativação plaquetária. Em condições normais, o endotélio vascular é responsável por manter a integridade dos vasos e a fluidez do sangue atuando como um anticoagulante e suprimindo a ativação plaquetária. Isso ocorre através de diversos mecanismos tromboregulatórios, incluindo o catabolismo de nucleotídeos purinérgicos, realizado pelas enzimas, de superfície plaquetária, como a NTPDase a e ecto-5’-nucleotidase. Esses nucleotídeos são liberados constantemente pelas células vasculares em baixas taxas. No entanto, quando as células vasculares são lesionadas esses nucleotídeos são liberados em altas doses e se ligam os receptores purinérgicos expressos na superfície das plaquetas. O ADP irá se ligar aos receptores P1Y1 e P2Y12, e o ATP ao receptor P2X1. Essa ligação permite um maior influxo de cálcio, induzindo mudança no formato das plaquetas e aumento na produção de tromboxano A2, mediador pró-agregante, estimulando a agregação plaquetária. Essa ativação das plaquetas pode ser prejudicial à saúde do sistema cardiovascular, podendo levar a formação de trombos e a graves patologias cardiovasculares, como a Hipertensão Arterial Sistêmica e Infarto Agudo do Miocárdio. Por outro lado, a molécula de adenosina tem função antiagregante e vasodilatadora. Essas propriedades fazem o sistema purinérgico ter um importante papel protetor no sistema cardiovascular, principalmente quando a atividade das enzimas expressas na superfície das plaquetas tem atividade aumentada. A NTPDase é responsável pela hidrolise do ATP em AMP. Já a ecto-5-nucleotidade hidrolisa AMP em adenosina. Quando superativadas, ocorre um provável aumento na produção de adenosina, que poderá realizar vasodilatação e inibirá a ativação plaquetária, impedindo o desenvolvimento das doenças cardiovasculares estimuladas pela agregação plaquetária. Sabe-se atualmente que o exercício físico tem um papel importante na prevenção e como coadjuvante no tratamento de doenças cardiovasculares. Estudos indicam que um dos mecanismos pelos quais o exercício físico desencadeia seus benefícios é por meio da modulação das ectonucleotidases, mas ainda são necessários novos estudos para avaliar melhor seu efeito sobre todos os componentes do sistema. Dessa forma, torna-se muito importante dar continuidade aos estudos relacionados ao Sistema purinérgico, visto seu potencial terapêutico sobre diversas patologias, principalmente aquelas relacionadas à agregação plaquetária, como as doenças cardiovasculares.

 

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Publicado

14-02-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa