RELATO DE EXPERIÊNCIA: ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2 E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Palavras-chave:
Diabetes mellitus, hipertensão arterial.Resumo
O comportamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) ainda é pouco conhecido para determinados grupos. O presente artigo visa relatar experiências que focalizam a educação em saúde de uma comunidade especifica em busca de orientar sobre qualidade de vida. As estratégias educativas foram planejadas a partir do projeto de pesquisa “Quantificação do perfil epidemiológico do diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica utilizando uma rede bayesiana”. As oficinas foram realizadas nas comunidades quilombolas de Arvinha e Mormaça, pertencentes ao município de Sertão/RS. No contexto da vulnerabilidade social, as comunidades quilombolas se destacam como grupos que, historicamente, sofrem em decorrência do processo de exclusão, inclusive em relação aos cuidados de saúde. Objetivou-se informar sobre o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e da hipertensão arterial sistêmica (HAS), identificar possíveis suspeitas dessas patologias, verificar as medicações em uso, avaliar minimamente o estado de saúde em parceria com profissionais da área e devidos encaminhamentos. Utilizou-se a metodologia da problematização, que consiste em cinco passos: observação da realidade; definição de postos-chave; teorização; hipótese de solução e aplicação à realidade. A problematização oportuniza a reflexão mediada pelo professor sobre atividades de interação, sendo um elemento chave para a satisfação pessoal dos alunos e para a melhoria do processo de aprendizagem. A equipe foi composta por 10 integrantes, incluindo seis alunos voluntários, um especialista em atividade física, um médico, uma enfermeira e a professora coordenadora do projeto. Foram realizadas cinco oficinas: a primeira oficina envolveu uma roda de conversa com uma explanação sobre as manifestações do DM2 e HAS; na segunda oficina, os participantes obtiveram informações da importância da atividade física com a realização de exercícios práticos, contribuindo para minimizar as complicações de suas patologias; a terceira oficina integrou sobre nutrição saudável e receitas práticas para diabéticos e hipertensos juntamente com prova de alimentos com baixo teor calórico; na quarta oficina foi realizada a verificação do Índice de Massa Corporal (IMC), teste glicêmico e da pressão arterial e, na quinta oficina, foram realizadas entrevistas com os quilombolas com a finalidade de coletar dados, os quais serão utilizados na quantificação do perfil epidemiológico. Nessa comunidade percebemos que a tradição quilombola é minimamente mantida pelos remanescentes e esta sofre atravessamentos por parte de políticas públicas universais no contexto da cultura local. Evidenciamos os riscos para as DCNT como o DM2 e HAS que a população quilombola está exposta. As estratégias educativas foram relevantes na medida que contribuíram para ajudar na prevenção, e ocorrências das complicações do DM2 e HAS junto às comunidades quilombolas, bem como ensinamento aos quilombolas sobre as manifestações dessas enfermidades e como adquirir uma melhor qualidade de vida por meio de uma alimentação saudável e prática de exercícios físicos. As políticas públicas em saúde devem buscar a equidade por meio da atenção inclusiva a grupos especiais, de maneira especial à comunidades quilombolas brasileiras.Downloads
Publicado
30-11-2017
Edição
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Extensão e Cultura
Licença
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