AS ESTRUTURAS POLÍTICAS E RELAÇÕES DE PODER DOS REINOS ANGLO-SAXÕES DOS SÉCULOS VII E VIII
Palavras-chave:
Crônica Anglo-Saxônica, História Política, HistoriografiaResumo
O seguinte trabalho procurou fazer um estudo de história política e historiografia através dos manuscritos da Crônica Anglo-Saxônica. A Crônica Anglo-Saxônica é uma fonte que começa a ser escrita no século IX na corte de Alfredo, o Grande e termina em 1154. Esta fonte é escrita em anglo-saxão (ou inglês antigo) procurando retratar a história da ilha britânica desde o ano um na ótica do reino de Wessex, espaço de escrita de nossa fonte. Dentro desta fonte este trabalho se preocupa com os séculos VII e VIII. O pontapé inicial do recorte é a formação e consolidação dos reinos anglo-saxões no início do século VII onde o poder estava mais fragmentado, enquanto a pesquisa para no fim do século VIII durante a invasão escandinava nos reinos anglo-saxões, considerada uma ruptura política. Através de fonte e recorte, os problemas de pesquisa giraram em torno do político e do reino para os anglo-saxões, com a intenção de analisar o conceito de reino e a formação deles a partir da Crônica Anglo-Saxônica. Também foram investigadas as relações de poder e estruturas políticas estabelecidas entre os reinos anglo-saxões no âmbito político, notando a hierarquização do poder dos reinos e como a questão do poder se estabelecia entre os próprios reinos anglo-saxões. Através disto também foi feito um estudo sobre historiografia. A Crônica Anglo-Saxônica é um documento escrito no século IX no reino de Wessex, atuando diretamente sob o fato da perspectiva de um dos reinos anglo-saxões, o reino de Wessex, sobre os outros no que se refere aos acontecimentos analisados. A partir destas questões, o trabalho realizou a produção de três capítulos. O primeiro foi um estudo da Crônica Anglo-Saxônica enquanto objeto historiográfico, sendo este capítulo restrito a reflexões sobre a fonte, seu gênero historiográfico e suas implicações para o estudo da história política, sendo feita uma análise sobre narrativa, temporalidade e memória. No segundo foi feito uma análise através de nossas problemáticas dos reinos minoritários anglo-saxões, Essex, Kent, Ânglia Oriental e Nortúmbria. Foi notado como estes reinos se comportam para a escrita da Crônica Anglo-Saxônica feita em um reino distante deles no que se refere a hierarquização de poder. O terceiro capítulo foi centrado na análise dos reinos de Wessex e Mércia, reinos mais mencionados na nossa fonte, notando seus protagonismos e antagonismos durante os séculos VII e VIII na Crônica Anglo-Saxônica. Através da produção destes capítulos alcançou-se os objetivos de analisar e discutir a questão do reino anglo-saxão enquanto objeto político. Assim, foram feitas constantes análises da fonte, notando a posição dos reinos anglo-saxões em uma rede complexa de relações de poder e estruturas políticas descritas na Crônica Anglo-Saxônica.
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