CHAPECÓ: MEU MUNDO NÃO É AQUI

Resumo

Resumo: O artigo em questão foi desenvolvido na matéria de Tópicos especiais de sociologia IV, com orientação da professora Claudete Gomes Soares, estando vinculado ao Projeto de Pesquisa - Negritude e Branquitude uma análise da integração haitiana no oeste de Santa Catarina financiado pela FAPESC. O trabalho tem por objetivo problematizar um vídeo institucional lançado pela prefeitura da cidade de Chapecó em 2017, ano em que a cidade completa o seu aniversário de centenário. O vídeo em questão tem como chamada Chapecó: Meu mundo é aqui”. Neste cenário foi necessária uma análise sobre o contexto de formação do oeste catarinense e da cidade de Chapecó. Inicialmente povoada por indígenas, Chapecó foi ocupada por bandeirantes, ervateiros, madeireiros e por fim pelas agroindústrias. A população que aqui habitava, dentre eles indígenas e caboclos foi dizimada, expulsa ou marginalizada no projeto hegemônico da cidade. A presença de imigrantes, também  marcante na constituição da cidade será abordada no decorrer deste trabalho. O vídeo trouxe explícita ou implicitamente questões voltadas ao desenvolvimentismo, padrões de civilização e de desenvolvimento baseados em uma visão euro centrada de mundo. Através deste vídeo reforça-se um imaginário de cidade, ligada à perspectiva modernizante e euro centrada. Ao mesmo tempo em que tenta  propagar um discurso inclusivo, a seletividade do que se encaixa e do que não se encaixa neste padrão de cidade, fica evidente. No desenvolvimento do artigo, considera-se brevemente os motivos que promoveram imigrações de estudantes brasileiros para a cidade de Chapecó e a partir de relatos de entrevistas reflete-se sobre as contradições em relação ao emblema propagado pela campanha em televisões e rádios locais e as experiências dessas pessoas. A conclusão pode ser resumida do seguinte modo ‘Chapecó: Meu mundo não é aqui.’.

Palavras-chave: Desenvolvimento. Chapecó. Imigração.