A PALHAÇARIA NA ATENÇÃO À SAÚDE MATERNO-INFANTIL: UMA ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR
Palavras-chave:
Relações mãe-filho. Promoção da saúde. Hospitalização.Resumo
A palhaçaria, aliada aos cuidados de saúde materno infantil, representa uma estratégia de humanização no ambiente hospitalar, pois compreende um método alternativo de cuidar por meio de ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde de maneira criativa e diferenciada. Ainda, proporciona uma assistência voltada à integralidade da criança internada e seu respectivo acompanhante, em especial a sua mãe. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é refletir sobre a palhaçaria na atenção à saúde materno-infantil como uma estratégia de humanização no ambiente hospitalar. Trata-se do relato de experiência de ações programáticas realizadas por intermédio do Programa Extensionista “Enferma-Ria: a palhaçaria como ferramenta na promoção da saúde materno-infantil”, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó (UFFS/SC). As ações são fundamentadas em conhecimento científico e estudos sobre patologias e casos clínicos específicos que possibilitam efetivar a inserção do personagem palhaço no ambiente hospitalar. A palhaçaria constitui-se em ferramenta estratégica utilizada para promover a saúde materno-infantil em todas as ações realizadas semanalmente, no primeiro semestre de 2017, no Hospital da Criança Augusta Muller Bohner (Chapecó/SC), por educandos do Curso de Graduação em Enfermagem e Medicina. As intervenções com as crianças e suas mães são realizadas de forma individual ou coletiva, conforme as necessidades identificadas e adaptadas mediante as preferências, com atenção para o desenvolvimento de cada criança, viabilizando sua participação ativa, bem como a expressão de sua individualidade. A partir disso, compreende-se que o adoecimento não cessa o desenvolvimento físico, psicológico, emocional, cognitivo e social e, portanto, a intervenção realizada busca atender além das necessidades fisiológicas e curativas. Prioriza-se considerar, nesse âmbito, aspectos que permeiam o enfrentamento da situação clínica, do relacionamento familiar, dos desejos e singularidades da criança, da minimização de fatores estressantes e que condicionam um estado de vulnerabilidade, além de garantir e manter o lúdico e a brincadeira inerentes ao espaço de cuidado e promoção de bem-estar. O personagem palhaço, como mediador das ações de saúde, propicia o resgate do lúdico e da brincadeira, diminuindo a hostilidade do ambiente hospitalar e viabilizando o processo terapêutico no que diz respeito à criação de vínculo entre paciente/familiar/acompanhante/profissional de saúde. Ainda, contribuiu para a diminuição da dor, medo, insegurança, sofrimento e estresse gerados pela hospitalização, melhor entendimento da criança sobre o seu quadro clínico e colaboração com as medidas terapêuticas necessárias. Uma avaliação positiva das ações pôde ser analisada a partir da participação ativa das crianças e suas mães nas intervenções propostas, bem como por meio da interação e expressões sorridentes, de alívio, relaxamento e bom humor na presença dos palhaços. Ainda, percebeu-se que por intermédio das ações realizadas foi possível exercitar o raciocínio clínico, a criatividade, a empatia, além do aprimoramento de expressões verbal e corporal e do relacionamento interpessoal da voluntária do projeto. Assim, interpreta-se que a inserção da palhaçaria na atenção à saúde materno-infantil constitui-se como importante estratégia de humanização no ambiente hospitalar, favorecendo a promoção da saúde e possibilitando a incorporação de um cuidado integral.Downloads
Publicado
15-12-2017
Edição
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura
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