ESTIMATIVA DA INGESTÃO DE ENERGIA, COLESTEROL E MACRUNUTRIENTES POR PACIENTES ATENDIDOS PELOS EXTENSIONISTAS DE UM PROJETO NA ÁREA DE NUTRIÇÃO CLÍNICA AMBULATORIAL
Palavras-chave:
Consumo alimentar. Atendimento nutricional. Características da dieta. Estado nutricional.Resumo
O processo de transição nutricional no Brasil pode ser considerado multifatorial e caracteriza-se por mudanças do padrão da dieta e da composição corporal dos indivíduos, em decorrência de fatores sociais, econômicas, demográficas, tecnológicas e culturais, que causam alterações no estilo de vida e no processo de saúde/doença. Deste modo, a avaliação do consumo alimentar torna-se um fator de grande valia para o direcionamento de políticas públicas de alimentação e nutrição, elaboração de guias alimentares e recomendações tanto para prevenção de patologias originadas em tais mudanças alimentares. Diante disso, o presente estudo teve por objetivo estimar a ingestão de energia, colesterol e macronutrientes de pacientes adultos atendidos em uma clínica-escola de nutrição. Foram analisados os Recordatórios 24h dos pacientes com idade igual ou superior a 20 anos atendidos pelos acadêmicos extensionistas do projeto intitulado “Atenção Nutricional para indivíduos e grupos atendidos na Clínica Escola de Nutrição da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)” e que iniciaram o acompanhamento nutricional no período de maio à julho de 2017. Os dados referentes à ingestão de energia foram calculados a partir das equações de estimativa da necessidade de energia do Institute of Medicine (IOM, 2002), no qual leva-se em consideração características individuais de cada participante, como idade, estatura e peso. Para avaliação do consumo de colesterol utilizou-se a recomendação de menos 300mg/dia para ser considerado adequado. Os macronutrientes (carboidrato, proteína e lipídios totais) foram analisados de acordo as recomendações da Dietary Reference Intakes (DRIs), sendo: carboidratos de 45-65%; proteína 10-35%; e lipídeos totais 20-35%. Dos 21 pacientes atendidos, 81% foram do sexo feminino e 19% do sexo masculino com média de idade de 33,43 anos. Na avaliação do estado nutricional observou-se que 47,62% dos pacientes atendidos apresentaram obesidade, 33,33% sobrepeso e 19,05% eutrofia, sendo que nenhum paciente apresentou baixo peso. Em relação ao consumo de energia, 80,95% possuíam uma dieta hipocalórica, 4,76% normocalórica e 14,29% hipercalórica. A ingestão de colesterol apresentou-se adequada em 71,43% dos participantes do estudo e inadequada em 28,57%. No que diz respeito aos macronutrientes, 57,14% dos pacientes apresentaram dieta hipoglicídica, 23,81% normoglicídica e 19,05% hiperglicídica. Quando ao consumo proteico, 19,05% apresentaram um consumo hipoproteico, 80,95% normoproteico e não houve resultados de ingestão excessiva neste macronutriente. Na estimativa do consumo de lipídeos, observou-se nos recordatório um percentual de 28,57% caracterizado como hipolipídica, 52,38% normolipídica e 19,05% hiperlipídica. Desta forma, percebeu-se que o perfil de pacientes atendidos pelo projeto de extensão foi constituído principalmente por mulheres com excesso de peso que em sua maioria apresentaram um consumo alimentar hipocalórico, hipoglicídico, normoproteico e normolipídico demostrando que possivelmente a subestimativa do consumo alimentar foi frequente na amostra estudada, o que demonstra a necessidade de utilização de outros métodos de avaliação do consumo alimentar para melhorar a precisão de estimativa dos dados.
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