ANATOMIA DO CAULE DE GLANDULARIA PERUVIANA J. F. Gmel. (VERBENACEAE), ESPÉCIE COM POTENCIAL MEDICINAL

Autores

  • Jonas Both de Melo Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Cerro Largo - RS.
  • Carla Maria Garlet de Pelegrin Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Cerro Largo - RS.

Palavras-chave:

Glandularia peruviana. Verbenaceae. Plantas medicinais.

Resumo

Estudos etnobotânicos afirmam que grande parte da população mundial apropria-se de alguma planta com a finalidade de utilizá-la como medicinal. Nestes levantamentos etnobotânicos, encontram-se as representantes de Verbenaceae. Sabe-se que muitas das espécies de plantas medicinais utilizadas carecem de estudos mais detalhados, não possuindo comprovação de sua eficácia, o que pode resultar em efeitos indesejados ou então, sua ineficácia. Neste contexto encontra-se G. peruviana, mencionada em trabalhos etnobotânicos como cicatrizante, estimulante e vermífuga, mas sem estudos detalhados sobre a sua constituição química, ensaios farmacológicos, bem como descrições anatômicas e histoquímicas. Logo, o objetivo deste trabalho é descrever a anatomia do caule de G. peruviana. Para isso, foram realizadas expedições de coleta de exemplares férteis para a confecção de exsicatas e, caules para as análises anatômicas. Posteriormente, as amostras vegetais foram fixadas e processadas seguindo protocolos usuais para estudos em microscopia fotônica. Foram obtidos cortes histológicos, a mão livre e, de material incluído em resina plástica, para posterior secção em micrótomo. As observações e registros de imagens foram realizados em microscópio ótico com câmera digital acoplada. Em seção transversal o caule de G. peruviana é quadrangular, a epiderme é estrigosa, híspida, e com células de cutícula estriada, que se dispõem linearmente de forma unisseriada, os complexos estomáticos são anomocíticos e com presença de tricomas tectores e glandulares. O córtex apresenta arestas de colênquima subdérmico na região dos ângulos, além de cordões de fibras do floema. Abaixo do colênquima, se observou duas camadas de parênquima clorofiliano. O interior do estelo é formado por medula parenquimática que com o passar do tempo começa a se desintegrar em caules mais velhos. Além disso, constatou-se a presença de muitos idioblastos fenólicos. No tecido vascular verificou-se a existência de tecidos de origem secundária, oriundos da atividade do câmbio vascular. Acreditamos que este trabalho contribui para a descrição anatômica caulinar de G. peruviana para fins de reconhecimento microscópico de fragmentos do caule. Desta maneira, a divulgação destes dados poderá auxiliar no controle de qualidade de potenciais fitoterápicos que podem vir a ser desenvolvidos com a espécie estudada, além de poder auxiliar distintamente espécies botanicamente próximas.

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Publicado

30-11-2017

Edição

Seção

Campus Cerro Largo - Projetos de Pesquisa