TROCANDO SABERES: AS CONVERGÊNCIAS DA ARQUITETURA E URBANISMO E AS PRÁTICAS ESCOTEIRAS

Resumo

O projeto de cultura “Trocando saberes: as convergências da arquitetura e urbanismo e as práticas escoteiras”, chamado também de “SEMPRE ALERTA!”, visou promover a parceria com o 18º Distrito de Escoteiros do Brasil, a fim de proporcionar trocas de experiências e conhecimentos entre acadêmicos e comunidade externa. A proposta teve como objetivo unir os aprendizados do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul com técnicas e sabedorias escotistas do Grupo de Escoteiros Acauã de Erechim, através de embasamentos teóricos e atividades práticas, entendendo que algumas habilidades escoteiras poderiam complementar a formação do arquiteto, tais como: práticas humanitárias, conhecimentos empíricos de materiais construtivos naturais e estratégias de qualificação de ambientes de convívio. Em termos metodológicos, o projeto foi implementado através de atividades práticas as quais foram divididas em três etapas: (primeira) estreitando relações; (segunda) aprendizagem de técnicas; (terceira) vivenciando o espaço.  Na primeira etapa houve a aproximação da comunidade acadêmica com a temática escoteira, através de visitas à sede do Grupo de Acauã, e embasamento teórico a partir de leituras pertinentes ao tema de estudo, debates em grupo e palestras. Os grupos de acadêmicos e de escoteiros foram apresentados, assim como as rotinas e atividades de trabalho destes. A segunda etapa buscou criar a interação com o espaço físico e humano da universidade através de oficinas práticas realizadas no Campus de Erechim/RS. As oficinas relacionaram o Curso de Arquitetura e Urbanismo com as técnicas do escotismo. Foram desenvolvidas oficinas de desenho técnico e oficina de pintura aquarela. A terceira etapa de atividades fez uso de materiais e espaço físico do Canteiro Experimental da UFFS para construir um forno com tijolos de adobe na sede escoteira do Grupo Acauã, abordando conceitos de sustentabilidade, através do uso de técnicas vernaculares e materiais encontrados na região, como palha e terra crua. Ao final do projeto de cultura, é possível concluir que, para além dos produtos físicos das atividades, tal como o forno de tijolos de adobe, a integração entre a comunidade acadêmica e o grupo de escoteiros promoveu ensinamentos sobre cultura e crescimento dos participantes como cidadãos. Também é possível observar resultados positivos em termos de ensino de arquitetura e urbanismo no que se refere à formação de futuros profissionais com consciência socioambiental, bem como em termos de extensão universitária, uma vez que foi uma oportunidade de a universidade apoiar a ação de educação não formal que a comunidade escoteira desenvolve com os jovens de Erechim.