CARACTERISTICAS SOCIOECONOMICAS DA ATIVIDADE LEITEIRA NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI GAÚCHO

  • Fernando Costella Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Aline Gayeski Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Aline Fachin Martini Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Angelica Roldo Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Luciane Renata Agazzi Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Janice de Oliveira Betier Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
  • Fernando Reimann Skonieski Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim
Palavras-chave: Pesquisa Científica

Biografia do Autor

Fernando Costella, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim

A região do Alto Uruguai gaúcho caracteriza-se por pequenas propriedades, as quais normalmente carecem do emprego e de tecnologia em suas atividades. A produção de leite apresenta elevada importância econômica e social, com entrada constante ou mensal de recursos financeiros, sendo fundamentalmente importante no sentido de evitar o êxodo rural, além da geração de empregos no campo e na cidade. A pesquisa foi desenvolvida com a finalidade de identificar o perfil socioeconômico das propriedades leiteiras na região Alto Uruguai gaúcha. Para isso foram realizadas pesquisas e entrevistas em 229 propriedades nos municípios de Severiano de Almeida, Aratiba e Erechim, durante os anos de 2011, 2012 e 2013. Os questionários qualitativos compreendiam questões com base a produção das propriedades, na mecanização e higiene para obtenção do leite, na sanidade e reprodução dos animais e na nutrição e alimentação dos mesmos. A maioria dos produtores de leite (50,5%) possui mais de 50 anos de idade, e somente 12,6% apresentam idade inferior a 30 anos, dessa forma mostrando que a atividade não esta tendo sucessão. Diante disso percebe-se o envelhecimento da população no campo e ausência de estímulo a permanência dos jovens na atividade e consequentemente na área rural. A idade média é de 45,8 anos, não havendo diferença significativa entre os municípios avaliados. O tamanho médio das propriedades rurais é de 25,4 ha, com área destinada ao leite de 8,0 ha, média de 12,8 vacas em lactação por propriedade e 159,8 litros de leite por dia. Para incrementos em melhorias nas propriedades e na atividade, 40,2% dos produtores recorrem a financiamentos bancários. Em termos de tecnologia para a ordenha dos animais percebe-se que nem todos utilizam ordenha mecanizada devido ao modo de produção utilizada e da viabilidade econômica da utilização de equipamentos de ordenha, nas propriedades que usam essa tecnologia o tipo que mais se destaca é o balde-ao-pé, estando presente em 81,7% das propriedades. Para a refrigeração do leite, o refrigerador mais empregado é o de expansão (48,0%). O pagamento por qualidade do leite é um fator que incentiva os produtores a tecnificação, isso por que existe uma alta correlação entre emprego de tecnologia e aumento na qualidade do leite. A grande maioria dos laticínios bonificam os produtores por qualidade do leite, analisando parâmetros como contagem bacteriana total, contagem de células somáticas, percentagem de gordura e proteína do leite, entre outros fatores. Os resultados da pesquisa mostram a busca por tecnificação e melhoria na qualidade do leite e consequentemente maior retorno econômico com a atividade. O envelhecimento da população e ausência de sucessão familiar é evidente.

Publicado
02-11-2013
Seção
Campus Erechim - Iniciação Científica UFFS