A ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DE SAÚDE: REFLEXÕES ACERCA DAS VIOLÊNCIAS NO COTIDIANO DE MULHERES ADOLESCENTES

Autores

  • Jéssica Ferreira Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Ianka Cristina Celuppi Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jean Melotti Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Cristiane Ferreira da Silva Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Jucimar Frigo Unochapecó

Palavras-chave:

Educação em Saúde, Violência, Saúde Pública.

Resumo

A sociedade retrata diversas formas de violência inseridas culturalmente no cotidiano da população, que manifestam-se de forma sutil até às formas mais explícitas, configurando um problema de saúde pública. Desta forma, nas atividades teórico-práticas desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde da Família Eldorado durante o componente curricular Cuidado no Processo de Viver Humano II, ofertado na sétima fase do curso de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó, os acadêmicos desenvolveram uma atividade de reflexão e troca de experiências acerca dessa temática. A atividade foi realizada com meninas adolescentes do oitavo e nono ano da Escola Básica Municipal Maria Bordignon Destri no primeiro semestre de 2017. Organizou-se uma roda de conversa na qual os acadêmicos articulavam questões norteadoras e relatos sobre violência física, a psicológica, de gênero, a institucional, a sexual e a doméstica, e as participantes conceituavam e expunham conhecimentos sobre cada forma de violência. Por fim, realizou-se uma atividade de autorretrato, onde elas desenharamse retratando as principais características e as violências presentes no seu contexto de vida. Com base nos discursos das adolescentes, identificou-se que a violência psicológica se fez presente no cotidiano de todas as participantes, seja na escola em forma de bullying, nos relacionamentos afetivos por meio de comportamento controlador e de posse, nas relações hierárquicas familiares, além do abuso de autoridade presente no ambiente escolar. Ainda, relataram que grande parte já havia vivenciado violência física e doméstica no círculo familiar, bem como no ambiente escolar entre os estudantes. Vale ressaltar que, diversas formas de violência sexual estão presentes no contexto de vida das adolescentes, na maioria das vezes incorporadas socialmente por meio da violência de gênero. Posteriormente, dialogaram-se sobre as redes de apoio para minimizar as situações de violência, citando os principais órgãos de apoio e suporte presentes na rede de atenção à saúde das mulheres. Com a dinâmica do autorretrato às adolescentes evidenciaram que o amor próprio é a principal característica para não normalizar as situações de violência, partindo do autocuidado com a saúde e direitos cidadãos. Nesse ínterim, constatou-se que, a maioria das adolescentes, sinalizaram conhecimentos sobre os tipos e formas de violências, além de meios de denúncia e estratégia de suporte para as mulheres. Porém, frequentemente convivem com tais adversidades em função de vulnerabilidades sociais e econômicas. Isto posto, percebe-se que o contexto de uma pessoa que vive em situação de violência foge às soluções propostas pelos órgãos de apoio, que muitas vezes não contempla as complexidades existentes na conjuntura social da vítima, conformando a violência como um obstáculo desde a juventude de muitas mulheres.

Biografia do Autor

  • Jéssica Ferreira, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus - Chapecó/SC. Bolsista de Monitoria ProGrad do Laboratório de Semiologia e Semiotécnica 2017/UFFS.
  • Ianka Cristina Celuppi, Universidade Federal da Fronteira Sul
    Acadêmica de graduação em Enfermagem da Universdiade Federal da Fronteira Sul.
  • Jean Melotti, Universidade Federal da Fronteira Sul
    Acadêmico de graduação em Enfermagem da Universdiade Federal da Fronteira Sul.
  • Cristiane Ferreira da Silva, Universidade Federal da Fronteira Sul
    Acadêmica de graduação em Enfermagem da Universdiade Federal da Fronteira Sul.
  • Jucimar Frigo, Unochapecó
    Doutoranda em Enfermagem da Unochapecó e Docente Substituta do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

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Publicado

13-03-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino