CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS – SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS: LÍNGUAS MINORITÁRIAS ALEMÃO, ITALIANO E POLONÊS NO OESTE CATARINENSE
Palavras-chave:
Crenças e atitudes linguísticas, Línguas minoritárias, Línguas em contato, Dialetologia pluridimensional e relacionalResumo
A pesquisa de dissertação pretende relacionar as crenças e as atitudes linguísticas de bilíngues ítalo-brasileiros, teuto-brasileiros e polono-brasileiros, para verificar semelhanças e diferenças em suas percepções e convicções sobre sua respectiva língua minoritária. As crenças sobre a língua são observadas com base em um questionário metalinguístico e as atitudes linguísticas através do uso real da língua, a partir dos termos de parentesco, visando perceber qual das etnias mantém mais a língua minoritária. A pesquisa acontece em contextos bilíngues em três localidades pertencentes ao estado de Santa Catarina: Nova Erechim (Pol.-Pt.-RS), Chapecó (Tal.-Pt.-RS) e São Carlos (Hr.-Pt.-RS). Esta pesquisa torna-se relevante, visto que trata de línguas minoritárias de imigração em contato, o que carece de estudos linguísticos. O trabalho está embasado na Dialetologia Pluridimensional e Relacional (Thun, 1996, 1998, 2005, 2010), que contempla o espaço variacional em di ferentes dimensões. A coleta dos dados e a escolha dos informantes parte do modelo em cruz, desenvolvido por Thun (1996). Assim, a pesquisa considera as seguintes dimensões: diatópica (Nova Erechim, Chapecó e São Carlos), diageracional (GI [de 18 a 36 anos]e GII [55 anos ou mais]), diassexual (masculino e feminino), diastrática (Ca [com graduação completa ou incompleta] e Cb [nenhuma escolaridade até o ensino médio]) e dialingual (polonês, talian, e hunsrückisch em contato com o português-rio grandense). A pesquisa, assim como os questionários utilizados para a coleta de dados, tanto sobre crenças quanto o questionário lexical sobre termos de parentesco, faz parte do projeto Atlas das Línguas em Contato na Fronteira – Oeste Catarinense (ALCF-OC). Também são utilizados dados do Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata – Hunsrückisch (ALMA-H). A análise dos dados leva-nos a constatar que, nos pontos pesquisados, a língua minoritária é mantida mais pela etnia alemã e pelas dimensões Cb e GII. Em São Carlos, localidade teuto-brasileira, a língua alemã ainda é usada em alguns contextos sociais, além do familiar, enquanto que, em Nova Erechim/SC e em Chapecó, as respectivas línguas minoritárias, quando utilizadas, restringem-se ao contato familiar. Os informantes, no geral, manifestaram crenças positivas em relação às suas línguas de imigração, mas estão cientes do pouco uso da mesma, fato perceptível nas atitudes linguísticas.

