SAÚDE E EDUCAÇÃO: CAMINHOS POSSÍVEIS
Palavras-chave:
Educação, Saúde pública, Metodologias ativas, Práticas Integrativas e complementaresResumo
A escola favorece o estabelecimento de uma cultura diferenciada em saúde por ser um espaço privilegiado de convívio social, e protegido para o aprender, propício para desenvolvimento de ações em saúde. Em 2017, a Escola Municipal Afonso Volpato entrou em contato com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Santa Rita, ambas situadas no mesmo território do município de Marau, para solicitar um encontro demandando um trabalho com algumas turmas que vinham apresentando graves dificuldades de relacionamento. Emergiu então, a necessidade de um projeto compartilhado de ação, que promovesse mudança nas relações da escola, e dos alunos com a comunidade do bairro. A escola oferece alfabetização de ensino fundamental, recebe 547 alunos, possui 70 profissionais, destes 54 são professores. A equipe da ESF organizou-se em um grupo condutor, formado por agentes comunitárias de saúde, psicólogas, farmacêutica e enfermeira, para realização do projeto, que posteriormente foi pactuado com gestores municipais de saúde e educação. A proposta inicial foi olhar para a comunidade escolar como integrante do território de abrangência da ESF. Objetivou-se contribuir nas relações interpessoais e no processo de ensino-aprendizagem proporcionando um cuidado de promoção, proteção, e prevenção em saúde. No planejamento das ações foi considerado a rotatividade de profissionais no ambiente escolar; doenças ocupacionais e emocionais nos professores; relações de violência entre próprios alunos da escola, noticiadas na mídia local e que tem se tornado frequentes; distanciamento dos pais ou responsáveis no cotidiano dos filhos. A proposta seguiu com a utilização de metodologias ativas que oportunizam criatividade, expressão, reflexão, e autocuidado, pautadas a partir das necessidades identificadas nos grupos. Também oportunizou-se a inserção de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) com os grupos trabalhados, como a meditação, pois são metodologias de saúde que não demandam significativos investimentos financeiros, promovem o autocuidado, respeito às diferenças, e mudanças positivas no estilo e qualidade de vida. O primeiro encontro proporcionou um espaço de acolhimento, escuta e cuidado, para identificação das necessidades. Através do lúdico, foi construído um livro de cada turma, e posteriormente também um livro dos professores. Os alunos demonstraram qual é a escola que eles tem, e qual a escola que eles gostariam de ter. Já os professores identificaram o que lhes causa alegrias e o que lhes entristece. A escolha por esses temas se deu a partir de leituras críticas sobre o modelo atual de ensino, o qual não tem demonstrado a potência desejada, observando que quando é levado em consideração sentimentos, surge a potência do pensar e agir, gerando aprendizado e efeitos positivos. No decorrer dessas atividades, notou-se significativo sofrimento envolvendo toda a comunidade escolar. Percebeu-se a necessidade latente de dialogar as relações diárias e os conflitos, que não tem sido suprida, bem como por espaços de cuidado desses sujeitos. Todos os grupos tiveram um aproveitamento, foi visível pelas expressões faciais de sorrisos, diálogos, e pelas produções individuais. O trabalho terá continuidade. Haverá diálogo sobre as produções com os envolvidos, atividades ludocriativas, PICS, através de ações mensais com alunos, professores, e pais, pactuadas até o final de 2017.Downloads
Publicado
30-11-2017
Edição
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Extensão e Cultura
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.