DESENVOLVIMENTO E CRISES: OS CONCEITOS EM RESILIÊNCIA ECONÔMICA REGIONAL
Palavras-chave:
Regiões. Desenvolvimento. Crises. Economia. Geografia Econômica.Resumo
Os desafios que as regiões enfrentam para seu desenvolvimento econômico são diversos, visto que não raramente surgem vários obstáculos que interrompem este processo. As sociedades nas suas regionalidades, portanto, estão vulneráveis a múltiplos impactos e conflitos, sejam econômicos, políticos, tecnológicos, ambientais ou estruturais, para citar alguns exemplos, que geram situações de estresse e podem modificar as trajetórias de desenvolvimento ou mesmo as características locais. Este ensaio teórico tem por objetivo elencar as premissas básicas dos estudos sobre os conceitos de resiliência econômica regional, que tratam das propriedades necessárias para que as regiões enfrentem as crises. Para tanto, procedeu-se revisão bibliográfica dos estudos de relevância nacional e internacional sobre o tema, que se encontra campo da geografia econômica, sobretudo na autoria de Ron Martin e colaboradores bem como em outros trabalhos relacionados. Deste modo, observou-se que o conceito de resiliência foi inicialmente abordado nas ciências ecológicas e na psicologia, adaptado das disciplinas da física e da engenharia que o vinculavam aos comportamentos flexíveis das estruturas. Nas ciências sociais emerge das discussões entre pesquisadores sociais e gestores de áreas públicas e de organizações de vários países, englobando as questões do desenvolvimento regional, sustentabilidade e da geografia econômica. O conceito de resiliência regional, outrossim, está vinculado à habilidade de um sistema em recuperar-se de um determinado choque ou de uma disrupção, retomando a determinado nível de desenvolvimento prévio ou reposicionando-se em um patamar superior. Consiste em capacidade estratégica das comunidades para suportar as crises sem colapsar, cultivando ações adaptativas que enfrentem os eventos adversos de pressão sobre os ecossistemas sociais, minimizando ou evitando os efeitos desfavoráveis das alterações econômicas. Nas regiões, há que se criar estratégias que podem ser prontamente acionadas pelos diversos agentes – firmas, famílias e governos – para que se promova uma recuperação desejada destas disfunções. Além disso, os locais apresentam características inerentes de resiliência em suas estruturas sociais as quais garantem naturalmente algum nível de recuperação enquanto; a resiliência adaptativa das regiões contribui para um melhor desempenho das mesmas quanto às transformações em níveis microeconômicos, mesoeconômicos e macroeconômicos. Estes estudos colaboram com as análises dos ciclos de negócios e da sensibilidade às flutuações econômicas e deste modo, se configuram fundamentais para o esclarecimento dos impactos das crises e recessões nas regiões, que podem formar desigualdades permanentes. As regiões possuem mecanismos de resistência, de recuperação, de re-orientação e de renovação, que se constituem de características próprias e multifacetadas diante da natureza, da complexidade e da duração das recessões. As formas com que se lidam com estes processos recessivos dependem do padrão das estruturas que determinam o crescimento da região: a sua estrutura econômica, competências, capacidades, recursos e o apoio de instituições locais (dos governos, das políticas de bem-estar social e de incentivos ao desenvolvimento dos negócios). Assim, conclui-se o estudo da resiliência econômica regional se interessa em avaliar quais são as variáveis de relevância e a velocidade de recuperação das regiões às crises, tendo profícuas possibilidades para elaboração de contribuições inovadoras para o caso brasileiro.
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