ANÁLISE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) DE DEPENDENTES QUÍMICOS DE UMA COMUNIDADE TERAPÊUTICA DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL, PARANÁ.
Palavras-chave:
Dependência Química. Estado Nutricional. Antropometria.Resumo
A dependência química é um fenômeno atual que preocupa a sociedade, afetando homens e mulheres, de todas as classes, idades e raças, inclusive bebês recém-nascidos que herdam doenças e/ou a dependência química de suas mães (SOUSA; OLIVEIRA, 2010). Considera-se dependente químico o indivíduo que não consegue mais controlar a frequência que utiliza as substâncias químicas mesmo que acarrete em consequências danosas devido as mudanças de comportamento e raciocínio (MINNESOTA DEPARTMENT OF HUMAN SERVICES, 2006). Dentre as mudanças ocasionadas pelo uso frequente de drogas, encontra-se a alteração dos hábitos alimentares e do estado nutricional do usuário, já que o uso de substâncias psicoativas podem afetar o apetite e a ingestão alimentar, ou atuar diretamente sobre o metabolismo de alguns nutrientes (SHER, 2002; SIRTULI et al., 2015). Com base nisso, o presente estudo tem como objetivo realizar um estudo nutricional em dependentes químicos que se encontram em recuperação em uma comunidade terapêutica do município de Cascavel, Paraná. Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizada a coleta de dados antropométricos, sendo estes: peso e altura. Através destas medidas coletadas, foi feito o cálculo de índice de massa corpórea (IMC), por meio da fórmula kg/altura². A partir disso classificou-se os indivíduos conforme a WHO (2000) em baixo peso/desnutrido (<18,5kg/m²), peso normal/eutrófico (18,5 - 24,9kg/m²), sobrepeso ou pré-obeso (>25 - 29,9kg/m²), obesidade grau I (30,0 - 34,9kg/m²), obesidade grau II (35,0 - 39,9kg/m²) e obesidade grau III (>40kg/m²). Do total de 23 internos, fizeram parte da amostra 12 indivíduos (52,17%), sendo que os demais se recusaram a participar do estudo. Observou-se que todos os participantes eram do sexo masculino e na faixa etária entre 18 a 59 anos. A partir do total, somente 50% (6) encontraram-se eutróficos, seguido de sobrepeso ou pré-obeso 33,33% (4), obesidade grau I 8,33% (1) junto com baixo peso/desnutrido 8,33% (1). Ainda, 66,67% (8) relataram ganho de peso durante o tratamento e 33,33% (4) perda de peso. Os resultados do presente estudo mostraram-se semelhantes ao estudo realizado por Sirtuli et al. (2015) com 14 dependentes químicos, onde foi registrado 7,1% (1) de pacientes desnutridos/baixo peso, 71,4% (10) com peso normal/eutróficos, 14,3% (2) com sobrepeso/pré-obeso e 7,1% (1) com obesidade grau I. Além disso, houve 15,8% de ganho de peso dos pacientes após o início do tratamento. Este aumento de peso corresponde segundo Toffolo et al. (2011) aos sintomas de abstinência, como a ansiedade, onde o aumento do consumo de alimentos é praticado para amenizar a vontade de fazer o uso da droga. A partir disso, observou-se à importância do acompanhamento nutricional nesta população, que possui hábitos alimentares baseados em alimentos pobres em nutrientes. Além disso, esta população apresenta uma necessidade especial de alimentos ricos em nutrientes para reconstruir tecidos e órgãos danificados e recuperar o funcionamento apropriado dos vários sistemas, incluindo os sistemas nervoso e gastrointestinal.Referências
SOUSA, F. S. P.; OLIVEIRA, E. N. Caracterização das internações de dependentes químicos em Unidade de Internação Psiquiátrica do Hospital Geral. Revista Ciência e Saúde Coletiva. Vol.15 Pag. 671-677. 2010.
MINNESOTA DEPARTMENT OF HUMAN SERVICES. The consolidated chemical dependency treatmente fund.. Pag. 1-47. September. 2006. Disponível em: <https://www.leg.state.mn.us/docs/2009/other/090616.pdf>.
SHER, L. Role of selenium depletion in the etiopathogenesis of depression in patient with alcoholism. Medical Hypotheses. Vol. 59; 3), Pag. 330–333 . Elsevier Science Ltd. 2002.
SIRTULI, J. F. et al. Hábitos alimentares e estado nutricional de dependentes químicos e alcoolistas em uma comunidade terapêutica. PERSPECTIVA, Erechim. Vol. 39, No.145. Pag. 121-130. março. 2015.
TOFFOLO, C. F. et al. Adequação da alimentação oferecida para alcoolistas em tratamento e seu impacto nutricional. Nutr. clín. diet. hosp. Vol. 33 No.2. Pag.50-55. 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.