O VER-SUS OESTE CATARINENSE COMO ESTRATÉGIA PARA CONEXÃO E REFLEXÃO ENTRE ESTUDANTES E OS MOVIMENTOS SOCIAIS: É POSSÍVEL APROXIMAR A FORMAÇÃO E A MILITÂNCIA?
Palavras-chave:
Sistema Único de Saúde. Movimento Social. Estudantes. Formação Profissional em saúde.Resumo
Nas últimas décadas as temáticas que envolvem ações coletivas e a organização da sociedade civil vem ganhando destaque e propiciando visibilidade aos movimentos sociais, que reivindicam melhorias e transformação na realidade de indivíduos que tem maior vulnerabilidade no contexto em que vivem, principalmente por suas singularidades sociais e culturais. O projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde – VER-SUS visa provocar a reflexão de seus participantes acerca de suas realidades e suas ações enquanto cidadãos, que estão em contato com um leque de diversidade cultural em nosso cotidiano. Os (as) participantes geralmente têm o seu primeiro contato com movimentos sociais a partir do momento que é introduzido ao projeto, haja vista que sobretudo este é um espaço coletivo de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo geral desse trabalho é relatar a experiência de como se dão os processos de envolvimento com movimentos sociais a partir do VER–SUS Oeste Catarinense. O coletivo ocorre em Chapecó, cidade do oeste de Santa Catarina, e tem como apoio as cidades de suas proximidades. Em suas 5 edições já realizadas, envolvendo viventes, facilitadores e comissão organizadora, procurou instigar críticas e reflexões quanto ao SUS e à vida em sociedade, com liberdade e criatividade. Desta forma utiliza-se como mecanismo a tentativa de conectá-los com os movimentos sociais, já parceiros do projeto. Participam das discussões: União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Negro, Movimento Feminista e das Mulheres entre outros, que a partir de seus representantes apresentam por quais mudanças sociais lutam, seus valores, ideologias dentro da sociedade, e por quais embates e tensões sociais passam, voltando-se também para o contexto da saúde. O primeiro contato com esses coletivos, de modo geral, é bastante positivo, a julgar pelo histórico do VER-SUS em despertar em seus participantes uma vida mais engajada politicamente engatilhando-os para o envolvimento com esses movimentos, em especial o estudantil. Em alguns momentos percebem-se dificuldades de articulação entre os grupos de representatividade para que juntos trabalhem e adotem para si a causa um do outro e juntos melhorem suas realidades e se fortaleçam coletivamente. Por conseguinte, o VER-SUS apresenta-se como um movimento de enfrentamento coletivo das fragilidades e ameaças que o SUS vem sofrendo, principalmente no contexto político em que nos encontramos, e nesse aspecto as representações de indivíduos vulneráveis, e a implementação de uma cultura de respeito as suas singularidade e demais diversidades, se apresenta como um dos pilares para o seu fortalecimento, além da mobilização de quem passa pelo projeto e que tornam-se protagonistas da luta que é (e que deveria ser) de toda a sociedade. Infere-se, para os itinerários formativos em saúde, que estimulem nas matrizes curriculares momentos de aproximação com os movimentos sociais, os quais independente da ideologia partidária assumida, contribuem para um projeto de sociedade com mais justiça e pluralidade.
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