BACTERIAS CAUSADORAS DE MASTITE EM BOVINOS LEITEIROS EM UMA PROPRIEDADE ASSISTIDA PELO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET), NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DO SUDOESTE, PARANÁ.

Resumo

O Programa de Educação Tutorial(PET) Medicina Veterinária/Agricultura Familiar, desenvolve atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão. Entre as atividades de extensão está a realização de visitas às propriedades rurais, com o objetivo de auxiliar na melhoria da qualidade do leite. A mastite é a inflamação da glândula mamária, que em grande parte das vezes é causada por um microrganismo. Esta afecção, além dos danos no órgão, compromete a qualidade do leite. Para o diagnóstico da mastite clínica, deve-se inspecionar a glândula, avaliando os sinais clínicos da inflamação e analisar a presença de grumos no leite, através do teste da caneca de fundo escuro. Entretanto, para o diagnóstico da mastite subclínica, se faz necessário o uso do Califórnia Mastite Teste, classificando a quantidade de cruzes conforme o grau de acometimento. No entanto, a realização destes testes somente indica a presença da mastite, não sendo o suficiente para identificar e dar suporte ao tratamento para as mastites clínicas ou aplicação de antibiótico intramamário para vacas secas em caso de mastite subclínica. Por este motivo, é indicado que se lance mão de exames laboratoriais que direcionem o tratamento. Para isso, cultura e antibiograma são indicados para auxiliar na adequada escolha do antimicrobiano a ser usado. O presente estudo teve por objetivo identificar a prevalência de bactérias causadoras de mastite em um rebanho leiteiro, por meio do exame de cultura e antibiograma. O trabalho foi realizado em uma propriedade rural do município de Santo Antônio do Sudoeste, Paraná, no período de maio a outubro de 2013. O rebanho era composto por vacas da raça holandesa, em sistema a pasto com silvipastoril. Foram avaliados 115 quartos mamários de 55 animais afetados por mastite. As amostras foram coletadas de forma asséptica, pelo produtor, acomodadas em caixas térmicas resfriadas e enviadas para o Centro de Diagnóstico Agroindustriais (CDA), localizado no município de Francisco Beltrão - Paraná, onde foi isolado o agente etiológico causador da mastite e identificado a sensibilidade aos antibióticos. Os resultados foram obtidos da base de dados do produtor. Dos quartos avaliados, 28,70% (33/115) apresentaram ausência de crescimento de microrganismos. Em 31,30% (36/115) identificou-se a presença de Staphylococcus spp, em 13,04% (15/115) identificou-se Staphylococcus aureus, 13,04% (15/115) com Pseudomonas, 5,22% (6/115) com Streptococcus uberis, 4,35% (5/115) com Bacillus sp, 3,48 (4/115) com Streptococcus disgalactiae e 0,87% (1/115) com Streptococcus fecal. Em 18 dos quartos afetados mais de um agente foi isolado. Em relação ao agente Pseudomonas, em todas as amostras havia outro ou outros agentes em concomitância. As culturas negativas podem estar relacionadas a mastites assépticas, ou microrganismos que exijam condições especiais de meios de cultura e tempo de incubação adequado para o seu isolamento. O agente etiológico Staphylococcus spp foi o microrganismo mais frequentemente isolado no rebanho estudado. Dessa maneira, o uso de ferramentas que auxiliem na correta detecção do agente causador da mastite, é de suma importância para o tratamento e uso racional de antimicrobianos.