DA TEORIA À PRÁTICA: OS DESAFIOS DA MONITORIA NA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO: CIÊNCIAS DA NATUREZA

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo descrever e refletir sobre a experiência de monitoria realizada nos componentes de Biologia Geral e Fundamentos da Matemática, no curso Interdisciplinar de Educação do Campo: Ciências da Natureza, da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim-RS. As atividades foram desenvolvidas no primeiro semestre de 2016 e envolveram licenciandos da primeira e segunda fases do curso, totalizando cento e vinte estudantes. A experiência da monitoria propicia uma aproximação do licenciando-monitor com a docência em diferentes sentidos: inicia com uma visão geral do planejamento da proposta dos componentes curriculares, segue com a discussão de detalhes do plano de cada aula a ser ministrado e permite o acompanhamento do desenvolvimento da aula e de sua avaliação, bem como possibilita ao licenciando-monitor assumir com autonomia a condução de alguns momentos do processo formativo. Assim, a monitoria se constitui em uma verdadeira iniciação à docência e implica no estudo de materiais de apoio tanto do conteúdo ministrado, quando dos processos didático-pedagógicos envolvidos na relação professor-aluno e ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a monitoria pode ser compreendida enquanto um eixo articulador entre teoria e prática na licenciatura e se organiza como uma unidade entre ensino e pesquisa na formação inicial de professores. Tendo em vista que o curso se organiza em regime de alternância, com aulas quinzenais, a monitora contribuiu no planejamento e acompanhou todas as aulas presenciais dos componentes, oportunizou outros espaços de encontro para orientar e problematizar as dúvidas dos discentes acerca dos conteúdos estudados e da compreensão das aulas práticas desenvolvidas. Um dos princípios seguidos durante os momentos de orientações foi à valorização e integração dos conhecimentos prévios dos alunos para seguir no aprofundamento dos temas estudados, procurando estabelecer relações com maior sentido para os estudantes, tendo em vista que na sua maioria são indígenas kaingangs, alfabetizados em sua maioria na língua materna. É possível definir este projeto como um momento de partilha e construção de conhecimentos entre docente-monitor-discente, que não acontece necessariamente nesta ordem, ensinamos e aprendemos num processo coletivo e colaborativo durante a interação uns com os outros. Todas as ações desenvolvidas permitiram uma maior autonomia na vida acadêmica da monitora, um aprofundamento na compreensão da docência e no aprendizado dos discentes das primeiras fases do curso, bem como a ressignificação de conhecimentos da área de Ciencias da natureza.