EXAMES MIELOGRÁFICOS DE CÃES - ESTUDO RETROSPECTIVO DE JULHO DE 2014 A SETEMBRO DE 2016

Resumo

A Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU) vem realizando desde julho de 2014 exames radiográficos de mielografia. Este exame de imagem permite através de contraste visualizar compressões, fraturas, deslocamentos e demais distúrbios da coluna vertebral e medula espinhal. O objetivo deste estudo foi analisar as fichas de animais atendidos na SUHVU, no período de julho de 2014 a setembro de 2016, observando nestas os animais submetidos a mielografia, juntamente aos exames clínicos e físicos dos mesmos. Computou-se quantia de 17 mielografias, em que a única espécie submetida ao exame foi a canina, sendo os animais sem raça definida os principais atendidos (58,8% SRD e 41,2% demais raças). Foram coletados os dados referentes à espécie, raça, sexo, idade, peso e procedência dos pacientes; juntamente com a causa, local da lesão/compressão, realização ou não de intervenção cirúrgica e incidência de óbito. Como resultado, notou-se que 41,2% dos pacientes eram fêmeas e 58,8% machos; a maioria destes animais possuíam idade igual ou superior a 5 anos e média de peso de 9,9 Kg; os cães atendidos foram todos da região sudoeste do Paraná, destacando-se o município de Realeza;  diretamente relacionado ao exame, das causas encontradas 82,4% foram base para o diagnóstico de Doença do Disco Intervertebral (DDIV), em 1 caso (5,8%) observou-se trauma e em 11,8% não obteve-se diagnóstico; quanto ao local dos distúrbios 11,8%  foi seguimento cervical, 17,6% torácico, 29,4% lombar, 29,4% tóraco-lombar e em 11,8% não foi possível identificar; 53% destes animais foram operados, enquanto que 47% não foram; os óbitos representaram 11,8%.  Com base nos resultados obtidos, a incidência de casos da DDIV com relação aos exames de mielografia realizados, representa um índice de 14 casos a cada 17 cães. Constatou-se que esta parcela de pacientes são de médio porte, possuem sobrepeso ou ambos e também maior idade, sendo estes fatores de predisposição à doença. Observou-se ainda que a DDIV varia, quanto a sua localização, na coluna vertebral, apesar de ser observado predomínio nas regiões torácica e lombar. A mielografia pode ser conclusiva para os exames de coluna, apesar de sujeitar o paciente à riscos como o uso de anestésicos para o procedimento. Através dos exames mielográficos, clínicos e físicos foi possível analisar qual o tratamento e ambiente mais adequado ao animal; verificar se há ou não necessidade de intervenção cirúrgica; e desta forma proporcionar melhor condição de vida ao paciente.