VIVENCIANDO A REALIDADE INDÍGENA NO VER-SUS OESTE CATARINENSE: A COMPETÊNCIA INTERCULTURAL NA FORMAÇÃO EM SAÚDE INSTIGADA NA ALDEIA CONDÁ EM CHAPECÓ/SC
Palavras-chave:
Formação profissional em saúde. Sistema Único de Saúde. Comunidade indígenas. Saúde indígena. Diversidade cultural.Resumo
O projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS/Brasil) foi criado pelo Ministério da Saúde pela necessidade de estimular a formação de trabalhadores para o SUS, que se percebam como cidadãos capazes de transformar a realidade. Para tal finalidade, o projeto propõe imersão total em um determinado território, com debates, experiências e vivências pensadas de modo a se conseguir trabalhar com as principais necessidades da conjuntura atual do país ou região. O objetivo inicial do presente trabalho é apresentar um relato de experiência acerca de uma vivência a partir da 5ª edição do projeto VER-SUS Oeste Catarinense. Sendo assim, portanto, o VER-SUS Oeste catarinense teve nessa edição o tema central intitulado como “Política, Cidadania e Cultura: Respeito às diversidades”. Nesse contexto, os cerca de 80 estudantes participantes foram subdivididos em pequenos grupos com diferentes temas, onde cada grupo compunha-se por Viventes - estudantes de diversas áreas do conhecimento e de todo o território sul do Brasil e por um Facilitador (a) - estudante que já teve experiência de imersão no projeto, e que se co-responsabiliza por gerar reflexões e formular questões norteadoras de discussão ao grupo. O grupo responsável pelo tema de “Saúde Indígena” contou com 7 estudantes, dos cursos de: Odontologia, Medicina, Enfermagem, Psicologia e Fonoaudiologia, de 5 universidades de Santa Catarina - UNOCHAPECÓ, UNIVALI, UFSC, UFFS e CELER, onde tiveram a oportunidade de realizar uma imersão no território da Aldeia Condá, em Chapecó-SC. A partir do contato com os moradores pelas visitas domiciliares realizadas no local, o grupo pôde entrar em contato com a realidade da população, percebendo de perto as fragilidades e as potencialidades do território, no que tange à cultura e ensinamentos e também à situações de vulnerabilidade encontradas. Durante a vivência, o que mais perpassou como algo angustiante ao grupo foram questões ambientais, onde a precariedade se fez presente de diversas formas atrelada às condições socioeconômicas precárias que a maioria vivia. O grupo foi conduzido por um médico de nacionalidade cubana vinculado ao Programa Mais Médicos - onde à medida que a vivência foi transcorrendo, o mesmo foi relatando informações sobre as condições de vida e saúde daquela população, que sofre alguns agravos como doenças respiratórias, motivados pelo costume de acender fogueiras e pelo clima típico da região, e também um grande número de pacientes hipertensos e diabéticos. A vivência nesse território indígena possibilitou aos estudantes participantes uma experiência de intercâmbio intercultural e social ímpar, que pôde servir como subsídio para contextualização contemporânea sobre como vivem os povos indígenas, o que possibilitou inúmeras reflexões críticas pelo grupo. As competências interculturais devem ser foco de discussões e inclusões curriculares para que, além de iniciativas pontuais e independentes por parte do estudante, todos(as) os(as) acadêmicos(as) tenham a possibilidade de refletir sobre culturas distintas da sua, instigando o respeito intercultural onde quer que atue enquanto futuro profissional.
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