TRATAMENTOS FITOTERÁPICOS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NO COMPONENTE CURRICULAR OPTATIVO DE PLANTAS MEDICINAIS DA UFFS – CHAPECÓ

Autores

  • Alice Silva Santana Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Adisson de Sá Censi UFFS - CHAPECÓ
  • Taiane Lopes de Toledo UFFS - CHAPECÓ
  • Filipe Dalagnol UFFS - CHAPECÓ
  • André Luiz Radünz
  • Tânia Regina Pelizza

Palavras-chave:

Conhecimento empírico. Droga vegetal. Ervas medicinais. Essência. Fitoterapia. Tintura.

Resumo

A utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de doenças é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade e representa, frequentemente, o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. Entretanto, no contexto acadêmico, a difusão do saber empírico aliado ao uso e eficácia das virtudes terapêuticas dos vegetais é muitas vezes substituída pelo conhecimento convencional alopático. Assim, o presente instrumento de ensino objetivou apontar os benefícios de tratamentos fitoterápicos como estratégia de ensino no componente curricular optativo de Plantas Medicinais da UFFS – Chapecó, a partir da vivencia prática do agricultor inserido no contexto da fitoterapia. A atividade consistiu de uma palestra que ocorreu no semestre 2016/2, a qual foi proferida pelo agricultor Archimedes Zatta, que há mais de 30 anos trabalha com Fitoterapia em sua propriedade. O senhor Archimedes Zatta apresentou alguns de seus preparados obtidos a partir da extração da essência de plantas com propriedades terapêuticas por meio da destilação, e a tintura caseira, preparada com álcool de cana, quais sejam, a de cavalinha (Equisetum arvense), carapiá (Dorstenia brasiliensis), cataia (Drimys brasiliensis), cipó mil homens (Aristolochia esperanzae), guajuvira (Patagonula americana), mamica-de-cadela (Brosimum gaudichaudii), videira (Vitis sp), alfafa (Medicago sativa), dentre outras, cujos mesmos possuem indicações específicas e foram contempladas na fala do agricultor. Neste contexto, seguindo a aplicação práticas dos preparados fitoterápicos, o agricultor destacou o uso de pomada a base de bálsamo alemão, própolis e azeite de oliva para o tratamento de feridas e rachaduras em pés e mãos. Além disso, foi realçado que, durante o tratamento das patologias, o paciente é visto de forma muito mais ampla do que simplesmente um corpo expondo uma doença. O propósito é preocupar-se com o todo. Somado a essa explanação, foi apresentado aos acadêmicos alguns exercícios e posições eficientes para o tratamento de determinadas doenças. De acordo com o palestrante, tais exercícios possuem a função de aliviar tensões e devolver a integridade do corpo do paciente.  Também foi explanado sobre a prática da geoterapia para fins de alívio de tensão e fadiga muscular, insônia, má circulação, dentre outros. Como uso externo ainda, tem aplicação na estética, para o cuidado da pele, pelo uso tópico, como o rosto, por exemplo, e dos cabelos. O uso interno é indicado para limpeza do sistema digestivo, contra cólicas menstruais, enjoos matinais e para eliminar toxinas do organismo. Pelo exposto, os acadêmicos tiveram a oportunidade de ampliar o seu olhar e o conhecimento no que tange aos tratamentos fitoterápicos, de forma que permitiu a estes valorizar o conhecimento empírico dentro do contexto acadêmico. Consolidando-se a atividade, pode-se perceber que a mesma potencializou o conteúdo em sala de aula e promoveu a troca de saberes e conhecimentos por meio de discussões e debates. Portanto, conclui-se que a troca de saberes e a valorização do conhecimento empírico, ao convidar para a sala de aula agricultores que vivenciam na prática a utilização dos fitoterápicos é uma boa estratégia de ensino.

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Publicado

27-09-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino