REPRODUÇÃO E LARVICULTURA DE JUNDIÁ, RHAMDIA SP., NO LABORATÓRIO DE PISCICULTURA DA UFFS: OBTENÇÃO DE MATERIAL BIOLÓGICO PARA PESQUISA
Palavras-chave:
Aquicultura, piscicultura, indução à reprodução, hipofisação.Resumo
A reprodução artificial é uma das atividades mais importantes para obtenção de formas jovens de peixes, quer seja para pesquisa ou produção. Para tanto é realizada a indução hormonal, que consiste de estimulo exógeno que permite a maturação final das gônadas (desenvolvimento e liberação dos ovócitos nas fêmeas e espermatozoides pelos machos) em cativeiro. O presente trabalho objetivou realizar a reprodução e larvicultura do jundiá, Rhamdia sp., em condições de laboratório, para obtenção de material biológico (pós-larvas) destinadas à pesquisa. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Piscicultura do curso de Eng. de Aquicultura da UFFS, campus Laranjeiras do Sul-PR. Foram trazidas de uma fazenda de piscicultura 11 matrizes de jundiá (6 machos e 5 fêmeas), que foram acondicionadas em uma caixa de água de 1000L conectada a um sistema de recirculação dotado de filtro mecânico e biológico, onde permaneceram por 24 dias até a indução à reprodução. Durante este período, a temperatura da água foi mantida em ~27ºC e os peixes alimentados pela manhã e tarde com ração comercial de 32% PB. Para a indução, os reprodutores foram selecionados via avaliação visual de características que indicam a aptidão para a reprodução, tais como nas fêmeas o ventre abaloado e a papila urogenital saliente e avermelhada, enquanto nos machos a liberação de sêmen pela leve pressão do abdomen. Foi utilizada a técnica de hipofisação, sendo aplicado nas matrizes aptas o extrato hipofisiário de carpa (hormônio) para indução à reprodução, o qual foi dividido em duas doses com intervalo de ~9 horas nas fêmeas (5mg/kg) e dose única (2 mg/Kg) nos machos, aplicada no momento da segunda dose nas fêmeas. No dia seguinte à aplicação de hormônio hipofisário foi realizada a extrusão dos gametas das fêmeas e machos, que foram então misturados lentamente para homogeneização, com posterior adição de pequena quantidade de água para ativação dos espermatozóides e fertilização dos ovos. Foram utilizadas incubadoras do tipo Zoug com capacidade 200L, em formato de funil, ficando os ovos fertilizados em movimento conforme o fluxo de entrada e saída de água nas incubadoras no sentido ascendente. Após a extrusão e fertilização dos gametas obtiveram-se os seguintes resultados: Incubadora 1: 8431 larvas (10177 ovos, taxa de fertilização de 82,85%); Incubadora 2: 42708 larvas (51900 ovos, taxa de fertilização de 82,29%); Incubadora 3: 59048 larvas (67200 ovos, taxa de fertilização de 87,87%). A larvicultura foi realizada até 13 dias após a eclosão (DAE), período em que as larvas foram mantidas nas incubadoras e posteriormente a absorção do saco vitelínico passaram a ser alimentadas 6 vezes ao dia com náuplios recém-eclodidos de artemia. Após o 7º DAE iniciou-se o fornecimento de farinha de peixe finamente moída alternadamente a alimentação com artemia em intervalos de 2h. No 13º DAE foi realizada a biometria e estocagem das pós-larvas nas unidades experimentais, dando-se início ao experimento propriamente dito. A reprodução e larvicultura do jundiá em laboratório foi fundamental para a obtenção de material biológico saudável e em tamanho adequado para a realzação da pesquisa sobre nutrição da espécie.
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