LEITURA DE PAISAGEM, POR MEIO DE VISITAS AS ESCOLAS DA REGIÃO DA CANTUQUIRIGUAÇU, PARA A DIVULGAÇÃO DO III CONCURSO DE DESENHOS DO GRUPO PET
Resumo
No ano de 2015 o Programa de Educação Tutorial – PET/ Conexões de Saberes (Políticas Públicas e Agroecologia), campus Laranjeiras do Sul, realizou o III Concurso de Desenhos, com o tema, “Agrotóxicos Por Toda Parte: O Vilão Invisível”, ligado as ações do Comitê local da “Campanha Permanente Contra o Uso de Agrotóxicos e Pela Vida”. Motivados principalmente, pela posição do Brasil desde 2008 como maior consumidor mundial de agrotóxicos, e o Território da Cantuquiriguaçu acompanham a tendência nacional. A partir das informações emerge a preocupação de sensibilizar a população, sobre a problemática dos agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente. Desta maneira, o objetivo deste trabalho, é fazer uma leitura de paisagem do meio ambiente e do modelo agrícola, onde se inserem as escolas do campo. Buscando informações sobre a vegetação e agricultura bem como fazer sua interpretação através de fotografias. A metodologia proposta assemelha-se às ferramentas do INCRA/FAO, no documento “ANÁLISE DIAGNÓSTICO DE SISTEMAS AGRÁRIOS”. Para tanto foi realizado um percurso a campo, na área de estudo, verificando as heterogeneidades do meio ambiente e retratando por meio de fotografias. Primeiramente foram observados aspectos gerais (relevo e vegetação) e por fim os territórios agrícolas, ou seja, o ambiente que as escolas do campo estão localizadas. Após a visita a campo, foram reunidos dados secundários das bases IPARDES e IBGE, a fim de comparar com o material fotográfico. Observou-se que as escolas do campo estão situadas em uma região com relevo acidentado (declividade em torno de 0-10%), com predominância do bioma de Floresta Ombrófila Mista (62,6%), seguido pela Floresta Estacional Semidecidual (21,9%) e os Campos Naturais (15,4%). Aproximadamente 50% da população da região é rural, sendo que nos municípios de Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Marquinho e Goioxim, 90% destas famílias são pobres. A maioria dos estabelecimentos agropecuários congrega mão-de-obra familiar, seguidos pelos que contratam mão-de-obra de terceiros e por último estão os não-familiares com apenas 88 unidades produtivas. Na pecuária a agricultura familiar se destaca, representando 90% do valor bruto da produção vendida. Mas, o modelo agrícola do Território é de base convencional com uso intensivo de insumos químicos e motomecanização, o que permite um aumento de produção, porém, gera várias contradições dentro e fora dos agroecoessistemas. Notou-se a predominância do agronegócio, incentivando o uso de agrotóxicos, sem que haja uma reflexão sobre os danos provocados a saúde e ao meio ambiente. Com o levantamento dos dados e a análise da paisagem é possível evidenciar a urgência de uma reflexão em decorrência de problemas como a geração de baixa renda, a intoxicação e demais doenças, que surgem nas comunidades em virtude do modelo agrícola utilizado, estando às escolas do campo inseridas nesse contexto. Torna-se latente a necessidade de organização de um novo paradigma sócio-produtivo para o desenvolvimento rural.
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