TRABALHO, EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CAMPONESA: ESTUDOS EM ACAMPAMENTOS POR REFORMA AGRÁRIA

Autores

  • luiz fernando de j. Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul Laranjeiras do Sul
  • Gracialino Silva Dias Professor Associado II (UFFS-Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Laranjeiras do Sul)

Palavras-chave:

Desenvolvimento Humano. Universidade Popular. Educação e Trabalho.

Resumo

Este trabalho foi produzido a partir do Relatório das atividades de extensão do Projeto Escola Makarenko e a Formação Camponesa Classista, no âmbito do Programa Questão Agrária e Desenvolvimento: a formação camponesa classista, desenvolvido entre 2015 e 2016, em Acampamentos de trabalhadores rurais em luta por reforma agrária e em colégios públicos estaduais na Região da Cantuquiriguaçu, no Paraná. Busca desenvolver referenciais teórico-metodológicos para a compreensão da realidade do campo brasileiro, com vista ao problema agrário-camponês, a partir das formas de organização do campesinato nas lutas pelo acesso à posse da terra para viver e trabalhar. Os estudos abrangeram os grupos organizados nos acampamentos Herdeiros da Terra de 1º de Maio e Antônio Conrado, situados no município de Rio Bonito do Iguaçu, a escola itinerante localizada no primeiro Acampamento e o Colégio Estadual Floriano na cidade de Laranjeiras do Sul/PR. Em conjugação com as atividades de extensão, pautada pela realização de cursos de formação pedagógica, política e produtiva, foi desenvolvida a pesquisa com os membros dos grupos do Acampamento, totalizando 632 respondentes de questionário dirigido para identificar o grau de campesinização dos mesmos a partir da sua relação com a cultura do milho. Dirige-se sob a concepção da necessária integração entre conhecimento e produção; entre educação e trabalho; e, entre teoria e prática. Essa integração, na esfera da realidade agrário-camponesa, está pautada pelas três dimensões da educação popular e classista que se caracterizam, por sua vez, pelas três grandes lutas: luta pelo acesso à ciência e pela experimentação científica; luta política como luta de classes para fortalecer a organização classista dos trabalhadores de modo geral, e do campesinato de modo especial, contra a classe dos latifundiários e pela destruição do seu sistema de poder; e, luta pela produção com a conquista da terra para quem nela quer viver e trabalhar, libertando as forças produtivas do domínio das classes opressoras latifundiárias, grande burguesia e imperialismo. Os principais resultados dos estudos, ações de extensão e pesquisa de campo corroboram para a definição de uma situação bastante contraditória e embaraçosa para a vida dos camponeses, na medida em que a ideologia burguesa do consumismo e modismo penetra no seu meio pelo viés pós-moderno, tendo como característica o esvaziamento do conhecimento no currículo e a organização da produção pela lógica do agronegócio.

Biografia do Autor

  • luiz fernando de j. Oliveira, Universidade Federal da Fronteira Sul Laranjeiras do Sul
    Trabalhador Brasileiro. Camponês Acampado, Estudante de Agronomia com Ênfase em Agroecologia da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Laranjeiras do Sul.(BOLSISTA – PIBIC/CNPq). E-mail: luiz007oliveira@gmail.com
  • Gracialino Silva Dias, Professor Associado II (UFFS-Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Laranjeiras do Sul)
    Trabalhador Brasileiro, Historiador, Educador, Mestre em Educação e Trabalho (UFPR), Doutor em Educação: Estado, Política, Sociedade (PUCSP), Professor Associado II (UFFS, Campus Laranjeiras do Sul). E-mail: gracialino.dias@uffs.educ.br

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Publicado

23-02-2017

Edição

Seção

Campus Laranjeiras do Sul - Projetos de Extensão e Cultura