TRABALHO, EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO CAMPONESA: ESTUDOS EM ACAMPAMENTOS POR REFORMA AGRÁRIA
Palavras-chave:
Desenvolvimento Humano. Universidade Popular. Educação e Trabalho.Resumo
Este trabalho foi produzido a partir do Relatório das atividades de extensão do Projeto Escola Makarenko e a Formação Camponesa Classista, no âmbito do Programa Questão Agrária e Desenvolvimento: a formação camponesa classista, desenvolvido entre 2015 e 2016, em Acampamentos de trabalhadores rurais em luta por reforma agrária e em colégios públicos estaduais na Região da Cantuquiriguaçu, no Paraná. Busca desenvolver referenciais teórico-metodológicos para a compreensão da realidade do campo brasileiro, com vista ao problema agrário-camponês, a partir das formas de organização do campesinato nas lutas pelo acesso à posse da terra para viver e trabalhar. Os estudos abrangeram os grupos organizados nos acampamentos Herdeiros da Terra de 1º de Maio e Antônio Conrado, situados no município de Rio Bonito do Iguaçu, a escola itinerante localizada no primeiro Acampamento e o Colégio Estadual Floriano na cidade de Laranjeiras do Sul/PR. Em conjugação com as atividades de extensão, pautada pela realização de cursos de formação pedagógica, política e produtiva, foi desenvolvida a pesquisa com os membros dos grupos do Acampamento, totalizando 632 respondentes de questionário dirigido para identificar o grau de campesinização dos mesmos a partir da sua relação com a cultura do milho. Dirige-se sob a concepção da necessária integração entre conhecimento e produção; entre educação e trabalho; e, entre teoria e prática. Essa integração, na esfera da realidade agrário-camponesa, está pautada pelas três dimensões da educação popular e classista que se caracterizam, por sua vez, pelas três grandes lutas: luta pelo acesso à ciência e pela experimentação científica; luta política como luta de classes para fortalecer a organização classista dos trabalhadores de modo geral, e do campesinato de modo especial, contra a classe dos latifundiários e pela destruição do seu sistema de poder; e, luta pela produção com a conquista da terra para quem nela quer viver e trabalhar, libertando as forças produtivas do domínio das classes opressoras latifundiárias, grande burguesia e imperialismo. Os principais resultados dos estudos, ações de extensão e pesquisa de campo corroboram para a definição de uma situação bastante contraditória e embaraçosa para a vida dos camponeses, na medida em que a ideologia burguesa do consumismo e modismo penetra no seu meio pelo viés pós-moderno, tendo como característica o esvaziamento do conhecimento no currículo e a organização da produção pela lógica do agronegócio.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.