PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA DE 2014: (RE)DEFININDO NOVAS IDENTIDADES

Autores

  • LUCELIA NARDI DOS SANTOS Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • SURDI DA LUZ MARY NEIVA Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Palavras-chave:

Pesquisa Científica

Resumo

Em virtude das novas demandas educacionais e curriculares que surgiram a partir da homologação das Diretrizes Curriculares Nacionais (2013), bem como os baixos índices da educação básica no estado de Santa Catarina, tornou-se necessário a atualização da Proposta Curricular de Santa Catarina que foi formulada inicialmente no final da década de 1990 e atualizada em 2005. Durante o período de 2013 e 2014, com o propósito de agregar ao currículo do estado o que determina o documento nacional novas reformulações foram produzidas. A Proposta Curricular de Santa Catarina (PSCS 2014) se consagra, segundo o próprio documento, como uma proposta para um ensino mais moderno no Estado, apresentando novas orientações aos educadores a fim de atender a um novo público no contexto escolar. Amparados pela Análise de Discurso franco-brasileira, tendo sustentação especialmente em Michel Pêcheux, Eni Puccinelli Orlandi e Maria José Coracini apresentamos neste estudo, tendo como corpus de análise a PCSC (2014), os fios condutores que (re)definem os modos de subjetivação e constituição do sujeito aluno presentes no atual paradigma da Educação Catarinense. A análise apresentada mostra que a discursividade sobre a produção de sentidos e subjetividades do aluno na escola se dá a partir das relações que nela circulam, tais como nas diversidades identitárias que compõem o ambiente escolar e a atual configuração social que a instituição escolar ocupa. Assim, o documento oficial, no nosso caso a PCSC (2014), produz efeito historicamente construído e socialmente determinado, trazendo embutidas as relações de poder que sugerem princípios para a construção da subjetividade discente. Em se tratando da PCSC (2014), o que se tem é a imagem discursivamente construída para um aluno sendo despido da historicidade que o recobre. O documento busca uma nova identidade para o estudante catarinense, sendo que a escola lhe deve restaurar um período de “rachaduras identitárias” que foi praticada em outro momento da história da educação.

PALAVRAS CHAVE: Proposta Curricular; aluno; identidade; subjetivação.

Biografia do Autor

  • LUCELIA NARDI DOS SANTOS, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Possui graduação em Letras - Português e Italiano pela Universidade do Contestado - UNC (2001). Especialização em Língua e Texto: análise e produção pela Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC (2002). Especialização em Gestão e Organização da Escola pela UNOPAR (2016). Mestranda em Estudos Linguísticos no PPGEL pela UFFS. Participou de curso de capacitação Internacional, em Pádova na Itália (1999). Atualmente é professora de Língua Portuguesa e Literatura - EEB GOMES CARNEIRO - XAXIM - SC, porém atuando temporariamente como Assessora de Direção na mesma Escola. Tem experiência na área de Educação como professora há 18 anos, com atuação em sala de aula com alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio da rede pública de ensino, Tutora de sala para cursinho pré vestibular e de graduação na Universidade do Norte do Paraná ( UNOPAR) e, como Diretora de Escol
  • SURDI DA LUZ MARY NEIVA, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Possui graduação em Letras pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (1994), mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998) e doutorado em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (2010). Atualmente é professor da Universidade Federal da Fronteira Sul, atuando nos Curso de Letras e Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Estudos Linguísticos. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: história do ensino de língua portuguesa, ensino de Linguística e formação de professores sob o viés da Análise de Discurso de linha francesa em diálogo com a História das Ideias Linguísticas. Integrante Fronteiras - Laboratório de Estudos do Discurso (UFFS) e pesquisador do grupo de pesquisa Lingua(gem), discurso e subjetividade (UFFS) e do Grupo de Pesquisa Linguagem, Discurso e Memória (UFSM). É membro do GT de Análise de Discurso ANPOLL.

Referências

ALTHUSSER, L. Aparelhos ideológicos de Estado. Lisboa: Editorial Presença, 1970.

BEHRENS. M. A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2005.

BERNSTEIN, Basil. A estruturação do discurso pedagógico. Petrópolis: Vozes, 1996.

CARVALHO, Maria Waltair. Proposta Curricular de Santa Catarina: o fazer e o dizer da Secretaria de Estado da Educação. 2001. 159f. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política). UFSC – Florianópolis.

CORACINI, Maria José (org.). Identidade e Discurso: (des)construindo subjetividades. Unicamp: São Paulo, 2003.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

____. Microfísica do poder. 23. ed. São Paulo: Graal, 2004.

LUKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 2003.

MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu. (Org.). Currículo, cultura e sociedade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

NUNES, José Horta. O discurso documental na história das ideias linguísticas e o caso dos dicionários. Alfa. São Paulo, n. 52, v. 1, 2008.

ORLANDI, Eni Puccinelli. A leitura e os leitores. Campinas: Pontes, 1998.

____. Língua(gem) e identidade. Elementos para uma discussão no campo aplicado. Campinas: Mercado das Letras, 1998.

____. Análise do discurso: Princípios e Procedimentos. 7. ed. Campinas, 2007.

____. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4ª ed. Campinas, SP: Pontes, 1996.

____. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

PÊCHEUX, Michel. Ler o arquivo hoje. In: ORLANDI, E. Gestos de leitura. 3. ed. Campinas(SP): Editora da UNICAMP, 2010.

________, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.

_________, O discurso: estrutura ou acontecimento. 2. ed. Campinas: Pontes, 1997

_________, Michel. Papel da memória. Campinas: Pontes, 1999.

SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Temas multidisciplinares. Florianópolis: COGEN, 1998.

________ . Secretaria de Estado da Educação. Proposta Curricular de Santa Catarina: formação integral na educação básica. Estado de Santa Catarina, Secretaria de estado da Educação, 2014.

SERRANI, S. A linguagem na perspectiva sociocultural: um estudo da repetição na discursividade. Campinas : Unicamp, 1997.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.

http://www.propostacurricular.sed.sc.gov.br/

Downloads

Publicado

23-11-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa