PROTOCOLOS ANESTÉSICOS UTILIZADOS EM CADELAS SUBMETIDAS A OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA TERAPÊUTICA: RELATO DE 7 CASOS
Palavras-chave:
Anestesia inalatória, Anestesia epidural, Analgesia, Ovariossalpingohisterectomia terapêuticaResumo
A remoção cirúrgica dos ovários e útero, denominada de ovariossalpingohisterectomia (OSH) é o tratamento de escolha para a maior parte das doenças ovarianas e uterinas, como piometra, hiperplasia cística endometrial e neoplasias uterinas. A finalidade desse trabalho é relatar os protocolos anestésicos realizados em 7 cadelas submetidas à OSH terapêutica na Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária da Universidade Federal da Fronteira Sul, no período de março a julho de 2016. As alterações sistêmicas apresentadas por essas cadelas foram consideradas para a escolha do protocolo anestésico específico a cada paciente. Inicialmente, após se proceder a avaliação pré-anestésica e cirúrgica, que consiste na realização de um questionário ao proprietário e do exame físico do paciente, foi administrado uma associação de fármacos via intramuscular, que é a medicação pré-anestésica, e tem como objetivo promover tranquilização ou sedação, analgesia e relaxamento muscular, e também potencializar a ação dos anestésicos utilizados na manutenção da anestesia. Das 7 pacientes, 4 receberam em seu protocolo a associação de acepromazina, morfina e midazolam, uma recebeu este protocolo, mas com a utilização da cetamina ao invés da acepromazina; outra cadela recebeu cetamina e midazolam, e a outra, morfina e diazepam. Transcorridos de 15 a 45 minutos após a administração da medicação pré-anestésica, realizou-se o aceso venoso para a fluidoterapia trans anestésica e, ato seguinte, a indução anestésica com propofol por via intravenosa. Na sequência, foi realizado a intubação traqueal com traqueotubo de diâmetro adequado ao porte de cada paciente, possibilitando a manutenção da anestesia inalatória, caso necessário ventilação mecânica ou assistida. As pacientes com até 7 kg foram conectadas ao sistema baraka enquanto que as cadelas com peso superior a este foram conectadas ao sistema circular. Esses sistemas transportam o oxigênio e o anestésico volátil ao paciente, além de possibilitar a ventilação pulmonar por meio do balão reservatório, caso seja necessário a ventilação artificial. O anestésico inalatório administrado em todas as pacientes foi o isofluorano, que tem mínimo metabolismo hepático e é transferido com rapidez do espaço alveolar para os capilares alveolares, chegando ao sistema nervoso central com rapidez. Além disso, este anestésico apresenta baixo coeficiente de solubilidade, proporcionado indução e recuperação mais rápidas. Também foi administrado lidocaína por via epidural, para um bloqueio sensitivo e motor dos nervos espinhais, sendo assim um método de analgesia complementar. As pacientes foram monitoradas durante todo o período trans operatório, onde se observou atentamente o plano anestésico, as frequências cardíaca e respiratória, temperatura, a saturação de oxigênio nas hemoglobinas circulantes, além de outros parâmetros que foram monitorados de acordo com a necessidade de cada animal. Ainda durante o período operatório, as cadelas receberam terapia auxiliar com fármacos antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios adequados ao quadro clínico de cada uma. A recuperação de cada paciente após o término da cirurgia foi tranquila. Concluiu-se que os protocolos anestésicos e procedimentos adotados foram adequados em cadelas submetidas à OSH terapêutica devido à manutenção dos parâmetros fisiológicos trans operatórios e à melhora clínica que todas tiveram após a cirurgia.
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