Horta Mandala: uma abordagem transdisciplinar no curso de Agronomia
Palavras-chave:
Agricultura sustentável, Hortaliças, Plantas medicinais, Planta repelente, Policultivos.Resumo
O curso de Agronomia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) com ênfase em Agroecologia foi criado para atender regiões onde a agricultura familiar é uma das principais características. Nesse sentido, o cultivo de hortaliças e plantas medicinais é uma forma de produção de alimentos viável que se adéqua a tal condição. Por sua vez, a Agroecologia é uma ciência em construção com características transdisciplinares integrando conhecimentos de diversas outras ciências e incorporando inclusive, o conhecimento tradicional. Assim, com o objetivo de formar profissionais capacitados para atuarem em um modelo de produção mais sustentável, por meio de um aprendizado em aula prática, conduziram-se as atividades em componentes curriculares distintos, sendo Agroecologia I, no semestre 2016/1 e Plantas Medicinais, no semestre 2016/2. A atividade desenvolvida consistiu na execução de uma Horta Mandala localizada na área experimental do Campus. Esta foi inicialmente executada no mês de março de 2016 com acadêmicos de Agroecologia I. Estes participaram da execução da mesma utilizando-se de enxada, pá e regador de plantas, inicialmente definindo o formato característico da Horta Mandala. Foi sugerido aos acadêmicos, integrantes deste componente curricular, que trouxessem diferentes materiais vegetais para que pudessem compor o espaço. Assim, após concluída a execução fez-se o plantio e a semeadura de espécies vegetais, como: alface (Lactuca sativa), cebolinha (Allium schoenoprasum), rúcula (Eruca sativa), hibisco (Hibiscus sabdariffa), citronela (Cymbopogon winterianus), capim limão (Cymbopogon citratus ), mil-folhas (Achillea millefolium), guaco (Mikania glomerata), boldo (Plectranthus barbatus), pulmonária (Pulmonaria officinalis), dentre outras, ou seja, utilizou-se um sistema de policultivo de hortaliças e plantas medicinais aliado à presença de planta repelente – o cravo de defunto (Tagetes patula). Sobre os canteiros adicionou-se uma cobertura morta com palhada disponível nas proximidades. Com frequência o espaço foi acessado para verificar o desenvolvimento das plantas, realizar manejo ou coleta das mesmas para uso. Transcorridos três meses de execução do trabalho, não foi visualizado nenhum problema que limitasse o desenvolvimento das plantas, estando todo o ambiente em perfeita harmonia. Já, no 2º semestre de 2016, no componente curricular optativo de Plantas Medicinais, após terem sido coletadas as hortaliças e sendo algumas plantas medicinais afetadas pela ocorrência de geada, fez-se novo manejo da horta e acrescentaram-se outras espécies de plantas medicinais como: catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare), losna (Artemisia absinthium), funcho (Foeniculum vulgare), guaco (Mikania glomerata), pariparoba (Pothomorphe umbellata), manjerona (Origanum majorana), dentre outras. Assim, com o desenvolvimento da atividade prática em ambas as disciplinas e, atendendo às premissas da transdisciplinaridade, com a interação de várias ciências e onde se busca a unidade do conhecimento por meio de um pensamento complexo, sob uma perspectiva ecológica, os acadêmicos do curso de Agronomia, futuros profissionais da área, tornam-se atores de um processo cujo objetivo é o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.