INDICADORES DE AMBIENTE E SAÚDE NAS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE DO SUL: UM ESTUDO POR MODELOS MULTINÍVEIS

Autores

  • Alexandre Luiz Schäffer Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro Largo
  • Franciele Oliveira Castro Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro Largo
  • Laura Behling Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro Largo
  • Erikson Kaszubowski Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro Largo
  • Iara Denise Endruweit Battisti Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Cerro Largo

Palavras-chave:

Regressão multinível, Indicadores, Saúde ambiental

Resumo

Nas discussões sobre a relação entre saúde e ambiente, é afirmado que as modificações ambientais influenciam diretamente na qualidade de vida das pessoas. Em razão disto, é necessário estruturar um sistema de indicadores para avaliar as condições ambientais, possibilitando uma síntese das condições existentes. Assim, o objetivo deste estudo foi construir e analisar indicadores de saúde ambiental para as microrregiões do Estado do Rio Grande do Sul (RS), denominadas como Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs), verificando a associação entre desfechos de morbidades e mortalidades, utilizando-se de preditores demográficos, socioeconômicos e de cobertura por serviços de saúde e saneamento, os quais poderão servir como monitoramento de agravos a saúde relacionada ao meio. Os procedimentos metodológicos contemplaram uma revisão bibliográfica sobre a relação entre indicadores de morbidades e mortalidades (desfechos) e demais indicadores de saúde ambiental (preditores), pesquisa de sistemas de informação que disponibilizam dados de saúde, ambiente e saúde ambiental, tais como DATASUS, ATLAS BRASIL e FEEDADOS e estudo da modelagem multinível. Utilizaram-se modelos de regressão multinível para a análise estatística dos dados, adotando-se os municípios como unidade de análise de nível um, e as microrregiões do RS (COREDEs) como de segundo nível. Foram ajustados quatro modelos com os seguintes desfechos: coeficientes de morbidade e mortalidade para doenças infecciosas e parasitárias, definidos como M1 e M2, respectivamente. E, coeficientes de morbidade e mortalidade para doenças diarreicas e gastroenterite, definidos como M3 e M4, respectivamente. Dentre os principais resultados, tem-se que em M1 um aumento no preditor PIB per capita está associado a uma redução de 0,06 casos a cada 1.000 habitantes, como também, a cada desvio padrão adicional na população com banheiro e água encanada, tem-se uma redução de 0,19 casos do referido coeficiente a cada 1.000 habitantes. Em M2, indica-se que em municípios com maior densidade por domicílio, possuem maior mortalidade (4,3 casos a cada 100.000 habitantes para cada desvio padrão). O M3 compôs-se de apenas um preditor significativo ao modelo (expectativa de vida ao nascer), contribuindo em 1,6 casos a cada desvio padrão adicional. Por fim, M4 não houve ajuste significativo para os preditores selecionados. Conclui-se que após o ajuste dos modelos estatísticos que descrevem os coeficientes de morbidades e mortalidades por doenças devido ao saneamento ambiental inadequado, as análises mostraram a aplicabilidade da técnica de modelagem multinível ao investigar relações entre indicadores de saúde e ambiente.

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Publicado

23-11-2016

Edição

Seção

Campus Cerro Largo - Projetos de Pesquisa