GRUPOS DE APOIO A FAMILIARES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS: AS MUDANÇAS APÓS O DIAGNÓSTICO E O IMPACTO NA ESTRUTURA FAMILIAR

Resumo

Considerando as demandas requeridas durante o tratamento e a mudança na rotina e estrutura familiar que o diagnóstico de câncer ocasiona, decidiu-se voltar os olhares aos familiares cuidadores de pacientes oncológicos, por acreditar que estes também necessitam de cuidados. Desta forma, optou-se por estabelecer grupos de apoio e ajuda a estes familiares que acompanham os pacientes durante os períodos de internação hospitalar, atendendo suas demandas e necessidades em saúde. O projeto teve por objetivo estimular a troca de experiências entre os cuidadores familiares de pacientes oncológicos por meio de seus relatos pessoais, fornecendo informações acerca do tratamento, hospitalização e recuperação, e esclarecendo dúvidas acerca de intercorrências advindas do processo de adoecimento do paciente acometido pelo câncer. Os encontros eram realizados tanto na sala de apoio cedida para a realização dos encontros, quanto nas áreas de convivência interna e externa do setor de Oncologia I do Hospital Regional do Oeste, tinham duração média de uma hora e ocorriam semanalmente às quintas-feiras em horários intercalados a tarde (16 horas) e a noite (19 horas). De 15 a 30 minutos antes da realização dos encontros, as acadêmicas voluntárias passavam nos quartos fazendo o convite aos cuidadores familiares, ressaltando a importância de sua participação, evidenciando que a adesão era espontânea sendo que poderiam recusar o convite se assim desejassem ou ausentar-se a qualquer momento durante a conversa caso optassem por participar do encontro. Foram realizados 24 encontros e ao final de cada um destes, as acadêmicas participantes listavam em diários pessoais os assuntos destacados durante as conversas. Durante os encontros, os familiares cuidadores narravam suas histórias de vida, suas experiências no cuidado hospitalar e domiciliar, e de que forma o diagnóstico de câncer refletiu no ambiente e estrutura familiar; desta forma observou-se características distintas a cerca dos familiares cuidadores: havia aqueles que demonstravam ter grande conhecimento e interesse acerca do quadro clínico de seu familiar, aqueles que tinham conhecimento do diagnóstico, mas não sabia exatamente qual era a situação clínica atual de seu familiar, e aqueles que possuíam algum conhecimento sobre o quadro clínico de seu familiar, mas recusavam-se a aceitar o diagnóstico e evitavam falar sobre o assunto. As dúvidas eram esclarecidas conforme surgiam no decorrer das conversas, sendo que grande parte das contribuições eram feitas pelos próprios familiares cuidadores. Todos os encontros realizados foram de grande valia, tanto para as acadêmicas voluntárias quanto para os familiares cuidadores que se propuseram a participar do projeto, relatando ao final deste que os encontros propiciaram momentos de troca de experiências valiosas, referindo que conversar com pessoas que estão passando pela mesma situação contribui para um melhor enfrentamento do processo de adoecimento de seus familiares. Desta forma conclui-se que os objetivos iniciais propostos para a execução do projeto foram alcançados com êxito, visto que a iniciativa foi elogiada pelos familiares cuidadores participantes e propiciaram além da troca de experiências e conhecimento científico, a sensibilização e enriquecimento pessoal por parte das acadêmicas participantes em relação às diversas situações a qual presenciaram durante os encontros.