O LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UM OLHAR REFLEXIVO SOBRE AS ATIVIDADES DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

Autores

  • Bárbara Muders Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Cerro Largo

Palavras-chave:

Interação verbal. Leitura. Compreensão de textos.

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma análise de atividades de compreensão e interpretação vinculadas a gêneros textuais, propostas em unidades de um determinado Livro Didático de Língua Portuguesa, com o intuito de verificar a forma como são abordadas no material. Busca-se identificar se as atividades de compreensão e interpretação vinculadas ao Livro Didático “Português Linguagens”, 7ª Edição do ano de 2012, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, em suas versões direcionadas ao 6º, 7º, 8º e 9º ano abrem espaço para a interação entre falante e ouvinte ou se conduzem o processo de compreensão e interpretação apenas de modo mecânico, em que a língua é vista como um código, como um processo fechado. Dessa forma, parte-se de considerações acerca do processo de interação verbal e dos gêneros discursivos com referência a Bakhtin, bem como considerações acerca do processo de leitura e de compreensão de textos, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Além disso, para a referida análise, parte-se de três enfoques de leitura para a compreensão e interpretação de um texto, propostos por Naspolini (1996), a saber: enfoque conteudístico, enfoque estruturalista e enfoque discursivo. Essa classificação auxilia na análise das atividades de compreensão e interpretação, sendo possível de identificar a abordagem que é dada para as atividades propostas no Livro Didático. Com base nessa prática, evidencia-se a presença de atividades de compreensão e interpretação que prezam pela interação verbal, que entendem a língua como um processo de enunciação e, consequentemente, que proporcionam uma interlocução entre os sujeitos. Em contraste com essa definição, é possível observar também que muitas das atividades estão centradas apenas em um processo fechado, de decodificação de informações contidas no texto. Tendo em vista essa análise, conclui-se que as atividades de compreensão e interpretação devem estar centradas no processo de interação verbal, nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Abordagens centradas nessa concepção possibilitarão que o sujeito produza enunciados pensando sempre na compreensão e na resposta ativa do outro, pois é nessa relação que o conhecimento ocorre de fato.

Biografia do Autor

  • Bárbara Muders, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Cerro Largo

    Bárbara Muders, acadêmica do Curso de Graduação em Letras – Português e Espanhol na Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Cerro Largo.


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Publicado

30-09-2016

Edição

Seção

Campus Cerro Largo - Projetos de Ensino