PREVALÊNCIA DE ÓBITOS FETAIS ANTES, DURANTE E APÓS O PARTO NAS REGIÕES BRASILEIRAS

Autores

  • Silvania Fabicz Universidade Federal da Fronteira Sul-campus Chapecó
  • Daiane Schuck Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó
  • Eliziane dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó
  • Luanna Almeida Nardes de Souza Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó
  • Érica de Brito Pitilin Universidade Federal da Fronteira Sul campus Chapecó

Palavras-chave:

Prevalência, Óbitos Fetais, Saúde Pública

Resumo

Óbito Fetal consiste na morte de um produto da concepção ocorrido antes da expulsão completa do corpo materno, a partir de 22 semanas de gestação e peso superior a 500g. O óbito fetal é diagnosticado considerando que após a separação do corpo materno o feto não respire ou demostre qualquer evidência de vida, sem batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou movimentos de músculos voluntários. A prevalência dos óbitos fetais representa um indicador apropriado para a análise da assistência obstétrica e neonatal e de utilização dos serviços de saúde, de modo a dar visibilidade ao problema e propiciar a identificação das ações de prevenção para o alcance de ganhos mútuos na redução das mortes fetal e neonatal precoce evitáveis. Essas mortes precoces são consideradas evitáveis desde que garantido o acesso em tempo oportuno a serviços qualificados de saúde. Decorrem de uma combinação de fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas do sistema de saúde. As intervenções dirigidas à sua redução dependem, portanto, de mudanças estruturais relacionadas às condições de vida da população, assim como de ações diretas definidas pelas políticas públicas de saúde. Este estudo tem por objetivo identificar a prevalência dos óbitos fetais ocorridos antes, durante e após o parto nas cinco regiões brasileiras. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, quantitativo elaborado por meio das informações registradas no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), acessadas pelo endereço eletrônico www.datasus.gov.br, entre o período de 2004 a 2014, em âmbito nacional. Foram selecionados esses períodos por se tratar do primeiro e o último ano disponível no sistema, respectivamente. Foram utilizadas variáveis como o óbito relação parto, óbitos por residência e a relação parto antes, durante e após o parto para cada região do País. Foi possível observar maior incidência de óbitos fetais ocorridos antes do parto 300.710 (96,8%), enquanto que durante o parto o índice foi 8.632 (2,7%) e após o parto 1.152(0,37%). No primeiro grupo de óbitos, destacam-se as regiões Nordeste (111.462) e Sudeste (98.668) seguida das regiões Norte (35.261), Sul (34.119) e Centro-Oeste (21.200). Considerando os óbitos ocorridos durante o parto, a maior prevalência foi na região Sudeste (3.019), seguida das regiões Nordeste (2.852), Norte (1.186), Sul (954) e Centro-Oeste (621). Por fim, a ocorrência dos óbitos fetais após o parto apresentou a seguinte distribuição: região Nordeste (601), Sudeste (323), Norte (91), Sul (71) e Centro-Oeste (66). A elevada prevalência de óbitos fetais nas regiões mais pobres e subdesenvolvidas como Nordeste e Norte reflete piores condições socioeconômicas da população de gestantes, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, vulnerabilidade a outras doenças etc. A ocorrência de grande parte dos óbitos fetais durante a gestação pode ser causa de problemas placentários, infecções, anomalias fetais entre outras condições de saúde da mãe que poderiam ser identificadas previamente através da avaliação médica, refletindo a qualidade da assistência prestada durante o período gestacional.

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Publicado

23-11-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa