A ATIVIDADE “MINHA HISTÓRIA” E REFLEXÕES SOBRE A DOCÊNCIA E A REALIDADE ESCOLAR
Palavras-chave:
Relato de experiência, Sujeito histórico, Formação docente, PIBID.Resumo
Procura-se neste relato apresentar a atividade “Minha História”, desenvolvida pelos bolsistas do PIBID do Subprojeto de História, aplicada às turmas 71 e 72 da Escola Estadual de Educação Básica Professora Irene Stonoga, situada no Bairro Maria Gorethi, na cidade de Chapecó – SC. A realização desta atividade se justificou como uma oportunidade em desenvolver uma prática docente que dialoga verticalmente com o discente, conhecendo a realidade escolar e dos educandos por meio de suas próprias perspectivas, tanto de si quanto de sua história, a qual paralelamente auxiliará no desenvolvimento da consciência enquanto sujeito histórico. Sendo assim, ao planejar esta aula buscou-se desenvolver a noção de historicidade dos alunos e como esta influencia e se interrelaciona com o processo histórico social, regional e global. Outro objetivo foi aproximar os bolsistas dos alunos individualmente, compreendendo as especificidades de suas identidades, onde por consequência seria mapeado temáticas e problemáticas que podem ser desenvolvidas ao longo do projeto. Esta aula foi desenvolvida se inspirando na pedagogia Freiriana, em que primeiramente os alunos foram levados à uma área aberta da escola e formaram um círculo para apresentar a proposta das atividades para serem desenvolvidas, assim como questioná-las. Feito isso, os educandos tiveram a liberdade de espaço para desenvolvê-las, entretanto salientou-se que o desenvolvimento das produções seria individual. Primeiramente expressaram através da escrita ou desenho em uma folha A4, a imagem que eles tem de si, a imagem da sociedade em relação a eles, e como gostariam de ser percebidos. Feito isso, os alunos produziram sua história através de um gênero textual de seu agrado. Nos resultados obtidos ao avaliar esta aula, percebeu-se que juntar as turmas acabou por aumentar a dispersão dos alunos, assim como estes mostraram-se mais fechados ao diálogo por estarem com colegas desconhecidos. Entretanto, mostram-se muito a vontade para realizar o solicitado, mesmo apresentando dificuldades em discernir a diferença entre os espaços a serem preenchidos na primeira atividade. Na maioria das produções feitas por meninas evidenciou-se uma preocupação limitada à aparência e ao corpo, representando uma consequência do machismo vil vigente na sociedade que espreita nas pequenas relações. Logo apontou-se a necessidade de abordar a temática de gênero na escola. Percebeu-se também uma baixa autoestima e perspectiva de vida dos alunos, vindas de diversos fatores presentes nas produções, como: relações familiares que não buscam incentivar positivamente os alunos; ausência de pais; contexto socioeconômico; e repreensões feitas pelos educandos. No que tange às reflexões sobre a prática docente, frisa-se a imprescindibilidade em conhecer a realidade dos estudantes e considerá-la durante o planejamento das aulas, visto a profundidade destas.
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