HISTOMONOSE EM PAVÃO: RELATO DE CASO

Autores

  • Alice Vicenzi Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Ana Paula Paula Zoppei Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Jane Karlla Matos Prado Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Jucemara Madel de Medeiros Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Fernanda Bresolin Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Alcione Santa Catarina Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Kerry Alinny Zanettin Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Marcela Luiza Godoy Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Leonardo Gruchouske Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza
  • Fabiana Elias Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus de Realeza

Palavras-chave:

Histomonas meleagridis, enterro-hepatite, necrose hepática, tiflite,

Resumo

O Histomonas meleagridis é um protozoário ameboide, de núcleo único circular ou piriforme, com presença ou não de flagelo, variando de acordo com o seu estádio. É o agente patogênico da histomonose, conhecida também como enterro-hepatite ou “cabeça- preta” que atinge principalmente aves como o peru, a galinha e o pavão. É transmitido pelo consumo de ovos contaminados do nematódeo Heterakis galinnarum, ou de minhocas carreadoras dos ovos, que são eliminados nas fezes de animais contaminados. As galinhas são reservatórios biológicos assintomáticos, na maioria dos casos. Este trabalho objetivou descrever os achados anatomopatológicos da histomonose diagnosticado em um pavão doméstico, macho, adulto. O animal foi encaminhado ao Setor de Patologia da SUHVU (Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária) da Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus de Realeza-PR com histórico de apatia antes do óbito. Foi realizado exame anatomopatológico onde foram identificadas lesões nos dois cecos que apresentavam parede espessa e distendida, com conteúdo friável, amarelado de odor pútrido no interior do órgão e aderido na mucosa. O fígado apresentava-se com regiões multifocais a coalescentes, que variaram de 1mm a 1cm de diâmetro, de coloração branco amareladas, com o centro mais enegrecido. Ao corte, observa-se que a lesão se estendia ao parênquima do órgão. O animal possuía lesões associadas, como leve edema pulmonar e mucosas pálidas. Na histopatologia, no fígado foram encontradas áreas multifocais moderadas de necrose com a presença acentuada de heterofilos, moderada de macrófagos e raros macrófagos multinucleados. Entremeado a necrose observou-se trofozoitos de protozoário.  Entre os cordões de hepatócitos observou-se moderada quantidade de células inflamatórias compostas principalmente por heterofilos, em menor quantidade macrófagos e raros linfócitos. No intestino na região do ceco foram observadas áreas multifocais moderadas de necrose com presença acentuada de heterofilos, presença moderada de macrófagos e raros macrófagos multinucleados e trofozoitos de protozoário livres formando grupos próximo a área necrosada. Há presença de debris celulares e células inflamatórias no lume intestinal compostas por acentuada presença de heterofilos e moderada presença de macrófagos. Diante dos achados macro e microscópicos concluiu-se que as lesões e a presença de protozoário são características de Histomonas meleagridis. Visto que são poucos os casos relatados e catalogados no Brasil é de suma importância que sejam notificados casos que caracterizem a histomonose, causada por um agente de difícil controle ambiental, mas de fácil disseminação entre as aves que por vezes, pode causar alto índice de mortalidade gerando prejuízos econômicos em granjas.

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Publicado

24-01-2017

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura