PRINCIPAIS DIFICULDADES RELATADAS PELOS NÚCLEOS DE EXTENSÃO TERRITORIAL NA CONSOLIDAÇÃO DA ABORDAGEM TERRITORIAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Resumo

A abordagem territorial é referência no planejamento de políticas públicas e na orientação de ações voltadas para o desenvolvimento rural com o intuito de reduzir as desigualdades e promover o respeito à diversidade, solidariedade e justiça social. Dentro desse contexto, faz-se a adoção dos Núcleos de Desenvolvimento Territorial (NEDETs), os quais dão assistência ao funcionamento do Colegiado Territorial com a finalidade de aperfeiçoar o processo de gestão da estratégia de desenvolvimento territorial. À vista disto, objetiva-se apresentar as principais dificuldades, relatadas pelos NEDETs no ano de 2014, nos Territórios Rurais do estado de Santa Catarina. Para tanto, foram coletados, tabulados e analisados os dados referentes às demandas de cada território relatadas pelos coordenadores dos 11 NEDETs catarinenses. O estudo de caso, aqui apresentado, toma como base as apresentações do 2° encontro estadual dos NEDETs de Santa Catarina ano de 2014. Os resultados demonstram que, de maneira geral, o descrédito dos atores sociais frente à política territorial é a maior dificuldade encontrada para o desenvolvimento da política territorial, sendo este contexto presente em 45% dos relatos. Ainda, de acordo com os dados coletados, tal descrédito está associado à falta de continuidade e de planejamento das atividades desenvolvidas pelo Colegiado, fato que provoca a fragmentação e descontinuidade das ações territoriais desenvolvidas. Entre outras dificuldades relatadas, merecem destaque a falta de engajamento do poder público (25% dos relatos) e a ausência de arquivos que abranjam o histórico e os relatos das reuniões realizadas no Território (20% dos relatos), fatores estes que segundo os dados apresentados, limitam o processo de democratização dos Colegiados. Por fim, cabe salientar ainda, como dificuldade relatada pelos Núcleos, a complexidade na construção de interesses comuns à comunidade, o estabelecimento da concepção da Política Territorial nos atores civis e a efetivação das atividades do cronograma anual do Colegiado, falas presentes em 5%, 2,5% e 2,5% dos NEDETs, respectivamente. Pelo exposto, conclui-se que, dentre as dificuldades relatadas pelos NEDETs no ano de 2014, as mais relevantes constituem-se no descrédito à política territorial pelos atores sociais e o exíguo engajamento das entidades do poder público.