RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL ECONÔMICO E A ADOÇÃO DE PRÁTICAS AGROECÓLOGICAS EM PROPRIEDADES RURAIS DA REGIÃO OESTE CATARINENSE

Autores

  • Alice Silva Santana Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Adisson de Sá Censi UFFS - CHAPECÓ
  • Fernando Ternus UFFS - CHAPECÓ
  • Sandro Mailson Fernandes UFFS - CHAPECÓ
  • Tânia Regina Pelizza UFFS - CHAPECÓ

Palavras-chave:

agricultura alternativa, agricultura familiar, agroecologia.

Resumo

Frente aos problemas ambientais ocasionados pelo uso inadequado dos recursos naturais a Agroecologia nasce como a ciência que visa o aperfeiçoamento da produção vegetal sem, no entanto, causar efeitos negativos ao meio ambiente. Dentro desse contexto, estudos têm demonstrado que produtores rurais que não possuem caráter puramente econômico de produção são os mais sensíveis à Agroecologia. Em contrapartida, os grandes proprietários não priorizam o caráter social nem tampouco o ambiental visto que buscam apenas os benefícios econômicos. A partir dessa premissa, o presente estudo objetivou verificar a relação entre o nível econômico e a adoção de práticas agroecológicas em propriedades rurais da região Oeste Catarinense. Este trabalho foi desenvolvido na disciplina de Leitura e Produção Textual, na 2° fase do curso de Agronomia, da UFFS/Campus Chapecó, durante o segundo semestre de 2015. Para o desenvolvimento do trabalho aplicou-se um questionário, no mês de setembro de 2015, com perguntas objetivas em 11 propriedades rurais distribuídas na região oeste catarinense, mais especificamente nos municípios de Chapecó, Palmitos, Descanso, Pinhalzinho e Nova Erechim. A escolha dos agricultores foi de acordo com a facilidade de acesso às propriedades dos mesmos, assim cada aluno ficou responsável por visitar as propriedades mais próximas de sua região natal. Os agricultores entrevistados foram estratificados em função do nível econômico e das práticas agroecológicas que realizavam na propriedade. Com relação ao nível econômico, os resultados apontaram que entre os 11 entrevistados, quatro recebiam mais de 10 salários mínimos mensais e possuíam grandes áreas de terra, ultrapassando quatro módulos fiscais, enquanto que os outros seis entrevistados recebiam menos de 10 salários mínimos mensais e possuíam menos de quatro módulos fiscais, sendo considerados, portanto, agricultores familiares. Já, em relação às práticas agroecológicas, os resultados revelam que estas são adotadas apenas pelos pequenos agricultores, isto é, os que possuem menos de quatro módulos fiscais. Dentre as práticas agroecológicas, destaca-se o plantio direto, com 91% de adoção entre os agricultores familiares e a adubação orgânica com 81,2% de adeptos. Ressalta-se ainda o controle biológico de pragas e doenças (71%) e a rotação de culturas (63%). Tais práticas agroecológicas se apresentam como meios alternativos de incremento da produção agrícola. No entanto, foram relatadas apenas pelos agricultores familiares uma vez que viabilizam a sua produção e diminuem a dependência do mercado externo. Em contrapartida, de acordo com as informações obtidas por meio do questionário, aqueles que apresentaram renda mensal maior que 10 salários mínimos mensais consideravam inviável a aplicação de práticas agroecológicas em sua propriedade e, portanto, não possuíam o interesse de adotá-las tendo como justificativa o anseio pela máxima produtividade em sua propriedade. Porém, apesar de o modelo convencional apresentar produtividades elevadas, este tem sido severamente associado há uma série de problemas socioambientais de curto e longo prazo. Assim, conclui-se que há uma relação inversamente proporcional entre o nível econômico das propriedades rurais e a adoção de práticas agroecológicas de maneira que a adoção de práticas agroecológicas aumenta à medida que se reduz o nível econômico nas propriedades rurais.

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Publicado

24-01-2017

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura