O ESPAÇO RURAL DO OESTE SANTA CATARINA, A AGROECOLOGIA E A RELAÇÃO SOCIEDADE-NATUREZA
Palavras-chave:
Agroecologia, Espaço Rural, Relação Sociedade-Natureza, Geografia, Produção do espaço.Resumo
Atualmente, o espaço rural no oeste catarinense se encontra configurado por diversas modificações desencadeadas a partir da revolução verde, na segunda metade do século XX. Nesse período acelerou-se o desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional e resultou num conjunto de fatores que modificou em grande escala o espaço rural na região, como a introdução de insumos químicos, maquinários, e, ainda, a chegada de agroindústrias do agronegócio, o que permitiu a potencialização, por exemplo, do processo de integração de pequenos agricultores à lógica de mercado, com destaque para a cadeia de suínos, aves e leite, dentre outros. Neste cenário, emergem experiências de agricultura ecológica sem a utilização de produtos químicos, visando à proteção dos agroecossistemas locais, possibilitando o surgimento da agroecologia como um exemplo de agricultura sustentável. Aliás, podemos considerar a agroecologia não apenas como um modo diferenciado de produção, mas também como uma perspectiva social capaz de valorizar os saberes tradicionais, marcada por relações sociedade-natureza outras e que contrapõe a lógica de produção do agronegócio. Este trabalho, em andamento desde 2015, tendo a microrregião de Chapecó-SC como recorte espacial de análise, a partir de referenciais bibliográficos, dados oficiais do Estado e trabalhos de campo em propriedades agroecológica se propõe a refletir sobre a temática apresentada, procurando defender a tese de que “a agroecologia (re)significa as relações sociedade-natureza na produção do espaço rural”. É preciso salientar que no Oeste de Santa Cataria, existem entidades como a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), a Associação do Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense (APACO), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Rede Ecovida, os quais fazem o diálogo com os agricultores com o propósito de fomentar práticas/experiências agroecológicas. Entendemos, portanto, que a agroecologia no Oeste de Santa Catarina pode ser vista como parte fundamental do movimento de resistência frente à lógica agroindustrial do agronegócio, movimento esse que visa a preservação da relação sociedade-natureza, a manutenção de saberes tradicionais, culturais e familiares, os quais foram ocultados ao longo do processo hegemonicamente perverso de globalização do espaço rural naquela região.Downloads
Publicado
21-11-2016
Edição
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa
Licença
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