DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: ACOMPANHANDO A REALIZAÇÃO DE TESTES PARA DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA

Autores

  • Eleandro de Oliveira UFFS
  • Silvia Silva de Souza UFFS

Palavras-chave:

Enfermagem. Extensão. Protocolo. Exames clínicos.

Resumo

O transplante de órgãos e tecidos apresenta-se como alternativa terapêutica em muitas doenças crônicas e debilitantes, possibilitando reabilitação e maior sobrevida ao paciente. O nosso país apresenta hoje um dos maiores programas público de doação de órgãos do mundo, sendo todos os direitos doador/receptores regulamentados e garantidos por leis, seguindo diretrizes de isenção de valores, beneficiando o receptor sem causar maleficência ao doador. A morte encefálica (ME) é prerrogativa técnica para estabelecer de fato a captação de órgãos em usuário sem atividade cerebral. Para diagnóstico de possível doador são levados em conta muitos fatores e alguns protocolos. De acordo com a portaria 2.600 de 21 de outubro de 2009, seção II, do Ministério da Saúde, Art. 60 é competência do enfermeiro realizar busca ativa diária (três vezes ao dia) nos setores de UTI e Emergência, organizar e articular as etapas do protocolo de diagnóstico de ME, informar a CNCDO/SC de potenciais doadores, bem como abertura de protocolos de ME, etapas e exames realizados, monitorar a condição clínica do potencial doador e solicitar intervenção terapêutica ao profissional médico de plantão. O diagnóstico de ME decorre de exames clínicos realizados em intervalos de tempo respeitando a idade do paciente. Neste contexto enquanto acadêmico do 10º período do curso de enfermagem da universidade federal da fronteira sul- UFFS e participante do projeto de extensão “atuação da enfermagem na educação para doação de órgãos’’ que visa à conscientização, educação permanente de profissionais e comunidade em geral e auxilio as funções da CIHDOTT (Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplan­tes) do Hospital Regional do Oeste (HRO), tive oportunidade de acompanhar em 2015/2016, a enfermeira da comissão na busca ativa e na realização dos primeiros testes em pacientes vítimas de traumatismo crânio encefálico, com propósito de compreender o processo de abertura de protocolo para ME, vivenciando as atribuições do profissional enfermeiro neste setor da instituição. Dentre os exames que acompanhei destaca-se teste de arreatividade (onde não há resposta do paciente mesmo a estímulo doloroso), apnéia (realizada coleta de sangue arterial para gasometria antes e depois de retirado respirador mecânico por determinado tempo para avaliar saturação de SPO2), Arreflexia (pupilas fixas e dilatadas, não-reativas), falta de movimentos oculares após rotação da cabeça, prova calórica (irrigação dos ouvidos com água gelada, ausência do reflexo de piscar) e eletroencefalograma (EEG).  Nesta oportunidade evidenciei o papel e a importância da enfermagem no contexto doação-transplante, observei a realização dos testes podendo familiarizar-me com as atividades desenvolvidas pelos profissionais da unidade de terapia intensiva durante o processo, bem como as atribuições do enfermeiro na abertura de protocolo de ME. A realização de projetos de extensão é uma ferramenta de suma importância para o acadêmico, proporcionando real participação e interação com a instituição de saúde, oportunizando aprendizado e conhecimento, aliando a teoria com a prática e contribuindo para a formação de profissionais qualificados.

Downloads

Publicado

09-10-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino