I FÓRUM CONSCIÊNCIA NEGRA NA UFFS - CERRO LARGO

Resumo

A Lei 10.639/03 modificou a LDB/1996 e tornou obrigatório a inserção de conteúdos sobre História da África e do negro no Brasil, no currículo das escolas. No entanto, há material abundante sobre a temática, porém alguns professores sentem dificuldade para abordar os referidos conteúdos que não tiveram na graduação, quando frequentaram a universidade. A Universidade Federal da Fronteira Sul aprovou o projeto de extensão I Fórum Consciência Negra na Fronteira Sul, sob responsabilidade do professor Adelmir Fiabani. O objetivo do fórum era auxiliar os professores no que se refere à lei citada, que teve como metodologia palestras, rodas de conversa e oficinas com a construção de materiais pedagógicos para serem utilizados no ensino dos alunos. Nas palestras com os alunos, buscou-se de maneira positiva relatar a história e esclarecer as formas como o racismo e o preconceito acontecem. Também foram interpretadas histórias infantis onde buscou-se desfazer os estereótipos perante a estética, cultura, história dos negros. Com a utilização de questionários destinados aos professores, buscou-se conhecer as dificuldades que os mesmos têm para a implementação da Lei, onde, foi verificado que, grande parte dos professores, não tiveram em sua formação, assuntos vinculados com a história da África e suas culturas, para assim, posteriormente, ensina-las. Também foram apontadas dificuldades pra interpretar os materiais disponibilizados para as escola, sobretudo, relacionados à religiosidade africana. Outra a dificuldade apontada foi de realizar atividades interdisciplinares que contemplem o que está determinado na Lei. Com minicursos, palestras e oficinas, os professores sentiram-se mais seguros e mostraram-se dispostos a executar projetos relacionados ao ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. Durante as atividades de extensão, indicamos obras, sites, bibliotecas onde pode-se buscar informações sobre esta temática. Surgiram indagações e questionamentos sobre a política de cotas nas universidades, algo a ser trabalhado nesta região. Também há preconceito em relação as religiões de matriz africana. Os estudantes reagiram positivamente quanto ao racismo e preconceito e sentiram-se motivados para executar ações na comunidade. Os resultados deste projeto foram positivos. Foram visitados 16 municípios e proferidas 26 palestras, cursos e oficinas.