DETECÇÃO PRECOCE DE LESÃO RENAL EM GATOS SUBMETIDOS À ANESTESIA GERAL

Autores

  • Juliana Mendes Geraldi Universidade Federal da Fronteira Sul, Realeza
  • Kimberli Barbosa Universidade Federal da Fronteira Sul, Realeza
  • Gabrielle Coelho Freitas Universidade Federal da Fronteira Sul, Realeza
  • Gentil Gonçalves Universidade Federal da Fronteira Sul, Realeza
  • Tatiana Champion Universidade Federal da Fronteira Sul, Realeza

Palavras-chave:

GGT urinária, Insuficiência renal, Urinálise.

Resumo

A insuficiência renal aguda é comumente diagnosticada em gatos, podendo ocorrer por muitas causas como choque, hemorragia e hipotensão em animais submetidos a cirurgias ou administração de fármacos com potencial nefrotóxico, caracterizando uma das principais causas de óbito nessa espécie. O diagnóstico de insuficiência renal pode ser antecipado em até 3 dias através da avaliação da atividade da gama glutamiltransferase (GGT) na urina, que é a primeira enzima atingida por uma eventual lesão renal e está presente nas células do túbulo contorcido proximal e na alça de henle dos nefróns. O presente estudo objetiva verificar a ocorrência de alterações renais em gatos submetidos à procedimentos cirúrgicos sob técnicas de anestesia geral, avaliando-se a enzima GGT urinária como um indicador precoce. Foram utilizados 13 gatos, machos ou fêmeas, com idade média de 1 ano, sem raça definida e peso médio de 3,3kg. Os animais foram submetidos à exame clínico e laboratorial no período basal, 24, 48 e 72 horas e 7 dias após o procedimento cirúrgico. O exame clínico constou de avaliação da temperatura corporal, frequências respiratória e cardíaca, pressão arterial, coloração das mucosas e tempo de reperfusão capilar. Os exames laboratoriais foram realizados através da colheita de sangue por meio da venopunção jugular, realizando-se hemograma e bioquímica sérica das enzimas alanina amino-transferase (ALT), fosfatase alcalina (FA), ureia e creatinina. Para a urinálise e quantificação da enzima GGT urinária, foi realizada colheita de urina pelo método de cistocentese. Para análise e confronto de dados, utilizou-se os testes estatísticos Anova One Way, Kolmogorov-Smirnov, Kruskall-Wallis e Fischer. Observou-se diminuição nos valores de hemácias e hematócrito em relação ao basal nos momentos 72 horas e 7 dias, possivelmente pelas colheitas seriadas de sangue para as análise laboratorial. E, entretanto, salienta-se que os valores permaneceram dentro da variação fisiológica da espécie. Não houve diferença nos dados de plaquetas, mas os resultados demonstraram valores abaixo da variação fisiológica em todos os momentos de avaliação, inclusive no basal, caracterizando ausência de alteração desse parâmetro em decorrência da administração de fármacos anti-inflamatórios.Os resultados do leucograma permaneceram normais em todos os momentos, sem diferença estatística. Em  nenhum momento houve alterações nos dados de bioquimica sérica, GGT urinária e urinálise. A GGT urinária não apresentou diferença significativa entre os momentos, porém desde a avaliação basal todos os animais demonstraram elevação fisiológica desse parâmetro. Na avaliação do sedimento urinário, não houve diferença estatística, mas observou-se sedimento urinário ativo em dois animais medicados com meloxicam, às 48 e 72 horas e em um animal com nimesulida aos 7 dias de avaliação. Não houve correlação entre os valores de ureia e creatinina com os da GGT urinária. Concluiu-se que a urinálise permanece sendo o método de escolha para a detecção precoce de lesão renal, pois indicou alterações que não foram detectadas à partir da avaliação da GGT urinária.

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Publicado

21-11-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa