A REPRESENTATIVIDADE NEGRA NA LITERATURA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADA DO PIBID
Palavras-chave:
PIBID Pedagogia; Literatura infantil; Bonecas negras; UFFSResumo
O presente trabalho tem por objetivo fomentar a cultura e a representatividade negra a partir da literatura infantil. A Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) é obrigatória no contexto educacional brasileiro, a fim de cumprir com as leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, mas também tem se destacado no âmbito da diversidade étnico-racial, da identidade, da representatividade e de combate ao racismo às crianças negras, quebrando com a hegemonia branca e colonial presente na sociedade. Como mulher negra, professora, acadêmica e pibidiana no curso de Pedagogia, tenho percebido a falta de representatividade durante o percurso de formação e trazer essa pauta para dentro da sala de aula, como pibidiana, foi uma oportunidade importante no exercício de minha docência. Metodologicamente, o planejamento das propostas para o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID - Pedagogia Alfabetização, em uma escola pública estadual de Erechim/RS, buscou, pela literatura infantil negra, conhecer histórias e autoras(es) negras(os) que valorizem a história e a cultura negra desde a infância. A partir disso, foi organizado em uma sala de aula do 5º ano do Ensino Fundamental, literaturas negras como: “Sulwe”, da autora Lupita Nyong’o (2021). Além da contação de história, do texto literário mencionado, cuja a personagem principal é uma menina negra de pele retinta, foram utilizadas bonecas negras feitas de pano, cujo tecido também reproduz o tom da pele de Sulwe. Aliado a literatura, também utilizei vídeos como forma de complementar a temática. Todos elementos utilizados para as aulas foram extremamente pertinentes e promoveram discussões, curiosidades sobre diversidade, racismo e representatividade. Como reflexões da prática pedagógica, foi possível perceber que a proposta teve um impacto significativo entre as crianças. Por meio das obras literárias que ressaltam e representam a identidade negra, as crianças se reconhecessem nas bonecas de pano, pois estas tinham o cabelo cacheado, que foi fortemente observado pelas meninas como algo incrível. Para além do reconhecimento e valorização de sua identidade, as meninas se viam mais na questão do cabelo, pois a pele delas não era retinta como de Sulwe, porém o cabelo estava ali representado nas bonecas. Para concluir, fica evidente que a representatividade é fundamental para fomentar uma educação antirracista.
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