Equinos e Cervídeos no Ecoturismo
Palavras-chave:
Espécies; Impactos Ecológicos; Comportamento Animal.Resumo
O uso de equinos em atividades recreativas e de ecoturismo pode alterar a presença e o comportamento de cervídeos em áreas compartilhadas. Estudos recentes mostram que a atividade turística (incluindo trilhas a cavalo) leva a deslocamentos temporários ou permanentes dos cervídeos para áreas com menor perturbação, reduzindo o uso espacial de habitats considerados importantes para alimentação e reprodução. Essas mudanças podem ocorrer tanto por fuga imediata quanto por alteração na escolha de áreas ao longo do tempo. Nesse contexto, a presente revisão analisou artigos publicados nos últimos dez anos que abordam a interação entre equinos em um mesmo território. Para isso, foram utilizados os descritores “Espécies”; “Impactos Ecológicos” e “Comportamento Animal” nas bases de dados, como Google Acadêmico e PubMed. Somente os estudos envolvendo equinos e cervídeos foram selecionados. Após a aplicação dos critérios e seleção, os artigos foram revisados. Os resultados indicam que, além do deslocamento espacial, encontros entre grupos de passeio a cavalo e herbívoros selvagens provocam respostas comportamentais variáveis: alguns cervídeos evitam ativamente trilhas com tráfego frequente, outros mostram respostas mínimas se os encontros forem raros ou previsíveis. Observações de safáris a cavalo indicam diferenças por espécie e sugerem que frequência, velocidade do passeio e comportamento dos guias/passageiros modulam a intensidade da perturbação. Há também implicações ecológicas indiretas: trilhas e acampamentos de equitação podem fragmentar a vegetação, facilitar a introdução de espécies exóticas e modificar a disponibilidade de recursos (pastagens, pontos de água) que podem entrar em competição com cervídeos ou alterar a qualidade de habitat. Em termos de doenças e vetores, a proximidade entre equinos, humanos e cervídeos em cenários turísticos pode alterar riscos epidemiológicos (por exemplo, ciclos de arbovírus e ectoparasitas), exigindo monitoramento sanitário e práticas de biossegurança para reduzir a transmissão entre espécies. Revisões sobre recreação ao ar livre documentam a consistência geral desses efeitos entre diferentes regiões e destacam a necessidade de métodos padronizados para avaliar impactos. Por fim, a presença contínua de equinos (incluindo cavalos selvagens ou semi-soltos) em áreas protegidas pode ter efeitos complexos. Em algumas situações, às vezes neutras, outras vezes significativas sobre a distribuição de ungulados selvagens, tem sido recomendado monitoramento adaptativo e zonas de exclusão/rotação de uso para minimizar conflitos e preservar bem-estar e conservação. Para minimizar esses impactos, a implementação de monitoramento contínuo do comportamento dos cervídeos e o manejo adaptativo do uso do habitat permite ajustar a frequência das atividades recreativas, além disso, a criação de zonas de exclusão pode garantir refúgio em áreas mais críticas para minimizar conflitos e preservar o bem-estar e a conservação.
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