POMBAS NAS CIDADES: IMPACTOS E ESTRATÉGIAS DE CONTROLE
Palavras-chave:
Biologia da Conservação; Pragas Urbanas; Shark Tank.Resumo
Este trabalho resultou de uma atividade avaliativa da disciplina de Biologia da Conservação, do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Cerro Largo. Para tanto, foi solicitada a escolha de um tema que envolvesse Biologia da Conservação, para ser apresentado sob o formato de “Shark tank”. Nesta atividade, cada dupla deveria trazer um projeto que supostamente seria executado, sem que os custos para sua implantação fossem um limitador para a resolução do problema. Para avaliar o projeto, foram convidados professores e técnicos do Campus para compor uma banca, com o objetivo de verificar o domínio dos discentes sobre o tema e a capacidade de argumentação frente aos questionamentos. As autoras escolheram investigar os problemas relacionados à presença de pombas, especialmente da espécie Zenaida auriculata, no espaço urbano municipal, com foco na praça central de Cerro Largo/RS, onde a prefeitura realiza ações de conscientização para evitar a alimentação das aves pela população. A espécie apresenta ampla distribuição na América do Sul, adaptando-se a ambientes urbanos e rurais. Mede entre 22 e 28 centímetros (cm), com peso médio de 102–105 gramas (g) em machos e 95g em fêmeas. Sua dieta é diversificada, incluindo grãos, sementes, restos de alimentos e produtos agrícolas. O período reprodutivo ocorre principalmente entre abril e junho, com possibilidade de reprodução estendida, pondo de um a três ovos e incubação aproximada de 14 dias. Essa capacidade adaptativa de reprodução, aliada à disponibilidade de alimento e à ausência de predadores naturais, favorece sua expansão populacional, especialmente em áreas urbanas. Apesar de aparentemente inofensivas, essas aves representam riscos à saúde pública, podendo transmitir criptococose, histoplasmose, salmonelose e toxoplasmose, particularmente em locais com acúmulo de fezes. Para minimizar os impactos, diversas estratégias de manejo têm sido aplicadas. Entre os métodos tradicionais destacam-se refletores de vapor de sódio, instalação de spikes (pontas metálicas ou plásticas instaladas em superfícies para evitar pouso) e dispositivos eletromagnéticos repelente para pombos, que interfere no sistema magnetoceptivo das aves, localizado em estruturas de óxido de ferro na região do bico e associado aos nervos olfativo e oftálmico. Essa interferência provoca desorientação, levando os pombos a desistirem de permanecer no local após um período de 15 a 30 dias. Outras estratégias incluem a coleta e inativação de ovos, além da esterilização química, visando a redução gradativa das populações. Estudos têm demonstrado que essas medidas podem ser eficazes, aliadas a políticas de manejo ambiental e conscientização da população. Conforme foi possível observar, a espécie apresenta elevada capacidade reprodutiva e ausência de predadores naturais em áreas urbanas, fatores que favorecem sua expansão populacional, o que representa um problema ambiental e de saúde pública, já que as aves geram doenças. A compreensão de seus hábitos alimentares, reprodutivos e de adaptação ao ambiente urbano é essencial para desenvolver estratégias que minimizem os impactos negativos gerados por elas, sem causar desequilíbrio ecológico e controlando assim a superpopulação de pombos.
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