PRINCIPAIS MÉTODOS DE INDUÇÃO DA CICLICIDADE EM ÉGUAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Palavras-chave:
Protocolo Reprodutivo, Reprodução Equina, Biotecnologia da Reprodução, Cavalo, EquinoResumo
PRINCIPAIS MÉTODOS DE INDUÇÃO DA CICLICIDADE EM ÉGUAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
SILVA, M. S. E. X. da. [1]; MACHADO, V.G. [1]; MATTOS, T. N. S. [1]; SANTOS, M. [1]; FONSECA, L. G. O. [1]; BERNARDI, T. G. [1]; DALLO, B. F. [4]; BENVEGNÚ, D. M. [2].
O ciclo estral é o processo natural das fêmeas mamíferas, envolvendo mudanças hormonais e comportamentais que permitem a reprodução. Nas éguas a ciclicidade é influenciada pela quantidade de luz que recebem, sendo poliéstricas estacionais. A exposição prolongada à luz reduz a produção de melatonina, o que ativa o eixo hipotálamo-hipófise-ovário, aumentando a secreção pulsátil do Hormônio Liberador de Gonadotrofina (GnRH) e, consequentemente, iniciando a atividade folicular e a ovulação. O ciclo estral se divide em estro, metaestro, diestro e anestro. No diestro a progesterona predomina inibindo a receptividade sexual, enquanto no estro o estrogênio favorece a aceitação do garanhão e prepara o organismo para a fecundação. Devido ao valor econômico e reprodutivo das éguas, existe grande interesse em controlar e antecipar a ciclicidade. Diante do exposto, essa revisão integrativa tem como objetivo identificar e sintetizar os principais métodos usados para induzir a ciclicidade em éguas. Foram utilizados os descritores “Hormone induction”, “hormonal treatments”, “estrous cycle” e “Hormone protocol”. Os critérios de inclusão contemplaram estudos originais (ensaios experimentais, clínicos e observacionais) que avaliaram protocolos de indução de ciclicidade em éguas, independentemente da raça e idade, publicados a partir de 2005. A pesquisa resultou na seleção de 11 artigos nas plataformas Scielo, PubMed e Google Scholar. Um dos métodos mais eficientes é a manipulação da luminosidade por fotoperíodo artificial ou máscaras de luz azul, mantendo 16 horas de luz por dia, antecipando o início da atividade ovariana, especialmente em éguas com anestro sazonal profundo ou em transição periparto e pós-parto. Outro método é a utilização de gonadotrofinas exógenas. A Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) atua mimetizando a ação do hormônio luteinizante (LH), promovendo a maturação final do oócito e induzindo a ovulação em grande parte das éguas, entre 36 e 48 horas após a aplicação, quando há um folículo pré-ovulatório presente, atingindo a indução da ovulação em até 86% das éguas. Já o GnRH apresenta respostas mais variáveis, pois age indiretamente, estimulando a hipófise a liberar LH e FSH, seu efeito depende da maturação folicular e da sensibilidade da hipófise de cada égua. A sulpirida, é um antagonista dopaminérgico usado para a retomada da ciclicidade e aumento da prolactina, potencializando a resposta ao aumento do fotoperíodo e acelerando o início da atividade ovariana. Estudos mostram que esse medicamento ajuda a reduzir o tempo até a primeira ovulação. Outro antagonista da dopamina utilizado é a domperidona, que também induz a ciclicidade, embora de forma mais lenta. Quando a sulpirida é associada ao estradiol cypionato, a resposta é ainda mais rápida, pois o estradiol prepara o folículo enquanto a sulpirida aumenta a prolactina, promovendo estímulo eficiente da atividade ovariana. Além disso, progestágenos como o altrenogest são usados para sincronizar o estro, especialmente quando combinados com estradiol e prostaglandina. As taxas de sincronização variam entre 66,7% e 85,7%, dependendo do protocolo. Métodos alternativos, como implantes de progesterona, mostraram resultados semelhantes ao altrenogest oral, com até 80 % de eficácia em éguas em anestro. Desse modo, a eficiência do protocolo utilizado dependerá do recurso que será envolvido e do acompanhamento veterinário.
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