CLUBE DE LEITURA LEIA MULHERES REALEZA: REFLEXÕES SOBRELEITURA, LITERATURA E PROTAGONISMO FEMININO
Palavras-chave:
Leitura literária; Formação docente; Literatura feminina; Mediação; Crítica socialResumo
O Clube de leitura: Leia Mulheres - Realeza foi criado em 2023, pelas professoras da rede de
ensino básico Eline Souza Barbosa e Evyli Vanin Sirtoli, e a professora Ana Carolina
Teixeira Pinto do curso de Letras da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus
Realeza. O Leia mulheres - Realeza é uma das ações vinculada ao Projeto de Cultura
“Joaninha ou o que é” da UFFS e insere-se no movimento nacional iniciado em 2015, por
Juliana Gomes, Michelle Henriques e Fernanda Rodrigues. O Clube de leitura Leia Mulheres,
desde seu início, foi criado com o objetivo de valorizar a autoria feminina e promover debates
sobre as representações de gênero na literatura. Inspirado nessa iniciativa, o clube de Realeza
busca ampliar o alcance desse movimento no contexto acadêmico e comunitário,
constituindo-se como espaço de leitura crítica, afetiva e coletiva. Por meio de encontros
mensais (amplamente divulgado em sua rede social Eline Souza
Barbosa@leiamulheresrealeza) em diferentes espaços da cidade, o clube estimula a formação
de leitores e futuros docentes, ao mesmo tempo em que tensiona o cânone literário tradicional
e reafirma a importância da literatura de autoria feminina para a reflexão social, política e
cultural. O projeto articula-se ao campo da formação docente inicial, entendendo a leitura
literária como prática crítica, estética e política, capaz de fortalecer a escuta, a argumentação e
a sensibilidade social. No primeiro semestre de 2025, o clube trabalhou com cinco obras:
Insubmissas lágrimas de mulheres (Conceição Evaristo), A Vegetariana (Han Kang), A
Solitária (Eliane Alves Cruz) Tchau (Lygia Bojunga), Os sete maridos de Evelyn Hugo
(Taylor Jenkins). Essas leituras colocam em evidência vozes femininas, brancas, negras e
periféricas, e estimularam reflexões sobre currículo escolar, representatividade e práticas de
mediação de leitura. Nossa atividade, no âmbito da cultura, têm caráter extensionista pois
estimula e acolhe a participação de membros da comunidade externa nos encontros mensais e
ainda conta com a parceria direta de professores da rede pública da região. Além disso, para a
curadoria das obras e preparação para os debates é necessário um grande trabalho de estudo e
pesquisa. Nossa pesquisa, de caráter qualitativo é fundamentada em referenciais como Paulo Freire, Angela Davis, bell hooks, Judith Butler, Teresa Colomer entre outros, além disso conta
com a participação de duas mestrandas do curso de Pós-graduação em Letras da Unioeste do
Campus de Cascavel (Thaís Mendes Purificação e Iara Maria Adriano) que colaboram com os
desenvolvimentos teóricos e metodológicos do clube. Desta forma, compreendemos o clube
como espaço de formação integral, que antecipa o papel do futuro professor como mediador
de leitura. Os resultados apontam que a participação no Leia Mulheres Realeza contribui para
a ampliação do repertório literário, para a construção de uma identidade leitora crítica e para a
incorporação de práticas pedagógicas mais inclusivas. O clube se consolida, assim, como
espaço de resistência cultural, de afeto e de reflexão coletiva, reafirmando a leitura literária
como ferramenta de transformação social e formação docente sensível à diversidade.
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