PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E PRÁTICAS DIDÁTICOPEDAGÓGICAS NA ÁREA DE DESENHO TÉCNICO, NA UNIVERSIDADEFEDERAL DA FRONTEIRA SUL (UFFS), CAMPUS CERRO LARGO/RS

Autores

  • Taís Thomas Wilhelm Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Ailton Poltronieri Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Patrícia Marasca Fucks Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

diálogo gráfico, pensamento visual, linguagem gráfico-visual, representação gráfica-espacial, visualização

Resumo

O trabalho possui enfoque qualitativo e objetiva refletir sobre as práticas didático-pedagógicas
e o processo de ensino-aprendizagem desenvolvidos na área de desenho técnico, na
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Cerro Largo/RS. As atividades
englobam componentes curriculares (CCRs) configurados como obrigatórios nos Cursos de
Engenharia Civil, Ambiental e Sanitária, como “Representação Gráfica Espacial” (GEX 388,
45h, 1º nível) e “Desenho Técnico” (GCS 295, 45h, 3º nível); e no Curso de Agronomia, o
“Desenho Técnico” (GCS 295, 45h, 2º nível). Nas Licenciaturas (de Física, Matemática,
Biologia, Química), desde 2023, tem-se a oferta do CCR optativo “Fundamentos do Desenho
Técnico para Educadores” (GCS588 – 60h). As atividades caracterizam-se por possuir caráter
eminentemente prático, preponderantemente, utilizando-se instrumentos convencionais de
desenho, recursos da Linguagem Gráfico-visual, diretrizes e critérios técnicos das normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR-ABNT). A linguagem universal e
padronizada do desenho técnico engloba um conjunto de símbolos, linhas, legendas, escalas,
convenções e normas, empregado por profissionais de diferentes áreas, nas especificações de
projetos, produtos e na expressão gráfica das ideias concebidas, com observância aos requisitos
de exatidão, clareza, precisão, univocidade de interpretação. Quanto aos aspectos
metodológicos, conduzem-se os alunos a familiarizar-se com o instrumental convencional
(lápis/lapiseira, borracha, régua graduada, esquadros de 30°/60° e 45°, compasso, escalímetro,
papel A3 sulfite e/ou manteiga), necessário às práticas executadas em aula ou extraclasse, sob
a orientação da professora e de monitores/ tutores. Estimula-se o desenvolvimento do
pensamento visual; das habilidades para manuseio dos instrumentos; da capacidade de
execução e/ou interpretação do desenho não-projetivo (expresso mediante representações
esquemáticas de cálculos, como gráficos, diagramas, organogramas e fluxogramas) e do
desenho projetivo (representação gráfica visual do objeto, mediante plantas baixas, vistas
ortográficas e perspectivas), bem como da representação espacial (modelagem física
tridimensional). Isso auxilia no desenvolvimento de funções executivas como atenção, memória
e resolução de problemas gráfico-visuais. Os conteúdos abarcam caligrafia técnica, geometria
descrita, perspectivas, projeções ortográficas, desenho geométrico, arquitetônico e topográfico
(Altimetria e Planimetria), cada qual possuindo distintas atividades. A constatação da efetiva
compreensão dos conteúdos revela-se por meio dos instrumentos da avaliação formativa,
possibilitando a identificação das dificuldades, o acompanhamento da evolução dos registros
gráficos no percurso do ensino-aprendizagem. Entre os desafios do ensino-aprendizagem está
a necessidade de incrementarem-se as práticas com propostas de atividades fortalecedoras do
protagonismo do aluno, da conexão dos conhecimentos científicos com elementos cotidianos,
em aproximação aos conhecimentos prévios dos alunos (contextualização das atividades). Um dos caminhos passa pelo desenvolvimento de sequências didáticas apropriadas, pelo uso de
metodologias ativas, de recursos multimodais (combinando diferentes formas de comunicação)
e multissensoriais (combinando materiais e estratégias que estimulem múltiplos sentidos),
valorizando o diálogo gráfico entre professora e alunos, favorecendo a apropriação de
conhecimentos, a manifestação das ideias de diferentes formas (gráfica e espacial), estimulando
a expressão da criatividade e um aprendizado mais dinâmico. Na perspectiva de aprimoramento
do ensino na área de desenho é importante planejar que as atividades propostas sejam mediadas
pelo diálogo gráfico e possam se concretizar como práticas refletidas com a colaboração de
projetos como monitoria de ensino e tutoria acadêmica.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Engenharias - Ensino - Campus Cerro Largo