TOXICIDADE E ATIVIDADE LOCOMOTORA DO EXTRATO DE CASCA NOZPECÃ EM MOSCAS DA FRUTA
Palavras-chave:
Fitoterapia; Produtos naturais; Drosophila melanogaster; ResíduoResumo
TOXICIDADE E ATIVIDADE LOCOMOTORA DO EXTRATO DE CASCA NOZ-PECÃ EM MOSCAS DA FRUTA
SANTOS, M. [1]; BRAZ, S. K. M. [1]; FARENCENA, J. G. H. [1]; MATTOS, T. N. S. [1]; KURTZ, J. A. [1]; FONSECA, L. G. O. [1]; BORSTMANN, S. A. [4]; BENVEGNÚ, D. M. [2]
O uso de plantas medicinais como fonte de compostos bioativos é uma prática milenar e continua a despertar grande interesse científico devido ao seu potencial terapêutico. No Brasil, a nogueira-pecã, pertencente à família Juglandaceae, destaca-se não apenas pela produção do fruto com elevado valor nutricional, mas também pela casca, que apresenta concentrações significativas de compostos fenólicos e taninos. Tradicionalmente utilizada na forma de chá na região Sul do país, a casca tem sido associada a benefícios à saúde. Contudo, o consumo de extratos vegetais deve ser acompanhado por estudos de segurança, uma vez que doses elevadas podem ocasionar toxicidade. Nesse contexto, a Drosophila melanogaster é um modelo experimental amplamente utilizado na avaliação de toxicidade, por compartilhar grande parte de seus genes com doenças humanas e por permitir análises rápidas e de baixo custo. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos toxicológicos do extrato aquoso liofilizado da casca de noz-pecã em D. melanogaster, com foco em parâmetros locomotores. A pesquisa foi realizada na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Realeza, Paraná, Brasil. Foram utilizados 40 g de casca em 200 mL de água destilada, submetidos à extração em Soxhlet. O extrato foi concentrado em rotaevaporador, congelado em ultra freezer e liofilizado. Para os ensaios, moscas da cepa Harwich foram mantidas em condições controladas e alimentadas com dieta padrão. As moscas foram distribuídas em sete grupos (n=50 por grupo), sendo um controle e seis grupos tratados com diferentes concentrações do extrato (1, 10, 25, 50, 75 e 100 mg/mL). O teste de geotaxia negativa foi conduzido com adaptações metodológicas, no qual seis moscas foram individualmente posicionadas em tubos plásticos de 10 cm, registrando-se o tempo necessário para que atingissem 8 cm de altura em até dois minutos. Foram realizadas seis repetições por indivíduo, em quatro experimentos independentes. A análise estatística incluiu ANOVA de uma via seguida de teste de Tukey, considerando diferenças significativas quando p < 0,05. Os resultados evidenciaram que o grupo controle e as concentrações mais baixas do extrato apresentaram desempenho semelhante, sem diferenças significativas. Entretanto, nas concentrações mais altas, especialmente em 100 mg/mL, houve aumento expressivo no tempo de escalada, indicando prejuízo locomotor. O grupo tratado com 100 mg/mL diferiu significativamente daquele tratado com 25 mg/mL. Esses achados demonstram que concentrações elevadas do extrato podem afetar negativamente a locomoção das moscas, sugerindo possível toxicidade neuromotora. Conclui-se que o extrato da casca de noz-pecã, em doses elevadas, interfere na capacidade locomotora de D. melanogaster, reforçando a importância da determinação do uso correto e seguro de fitoterápicos. Além disso, o modelo experimental com D. melanogaster mostrou-se eficaz como ferramenta preliminar para a investigação de produtos naturais, contribuindo para a avaliação de potenciais riscos associados ao consumo da casca de noz-pecã.
Palavras-chave: Fitoterapia; Produtos naturais; Drosophila melanogaster; Resíduo.
Área do Conhecimento: Ciências Biológicas
Origem: Pesquisa
Agradecimentos: A Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Realeza.
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