RAZÃO E PROPORÇÃO:

Reflexões de um estagiário a partir de uma experiência na Educação Básica

Autores

  • ANDERSON RIBEIRO VALESAN UFFS
  • MARISOL VIEIRA MELO

Palavras-chave:

Razão e proporção; Aprendizagem significativa; Estágio Supervisionado em Matemática.

Resumo

O presente relato de experiência traz algumas reflexões de um estagiário em uma turma de ensino no Ensino Fundamental II (EF II) em aulas de Matemática desenvolvidas em uma escola pública do oeste de Santa Catarina no período de abril/2025 a junho/2025 como parte integrante
do CCR de Estágio Curricular Supervisionado II do curso de Matemática – Licenciatura da UFFS, Campus Chapecó. O foco está em entender a aprendizagem dos conteúdos de álgebra em equações do primeiro grau e na resolução de operações envolvendo frações, cujos conteúdos estão diretamente relacionados ao princípio da razão e proporção. A partir disso, a ideia foi identificar as dificuldades encontradas pelos estudantes com base nesse princípio, ou ainda, em conceitos anteriores à razão e proporção. A experiência inicial foi no período de observação do estagiário durante as aulas do professor de Matemática, responsável pela classe.
Esse período de observação que antecede o exercício da docência, ou seja, em que o estagiário acompanhou a turma de 9° ano do Ensino Fundamental, por duas semanas consecutivas, perfazendo no mínimo oito aulas semanais de Matemática, foi fundamental para adquirir experiência e assim auxiliar em um planejamento mais adequado para desenvolver as aulas de Matemática. As dúvidas e as dificuldades dos estudantes eram relacionadas com a propriedade da proporção, cuja multiplicação dos extremos é igual ao produto dos meios dessa mesma proporção. Apesar dessa formalidade matemática, muitas vezes os estudantes recorrem à
diferentes estratégias para resolução de exercícios, como o “método borboleta”, utilizado em soma de frações. O que, por um lado, pode auxiliar em uma memorização, por outro, não há garantia de que a aprendizagem matemática ocorra efetivamente. É natural e esperado que
alunos tentem resolver problemas com o que eles já sabem e conhecem, a partir de semelhanças, mas isso pode não ser efetivo. As primeiras impressões e reflexões revelam a diferença entre a aprendizagem mecânica e a aprendizagem significativa, preconizada por David Ausubel. Na aprendizagem mecânica, o aluno resolve através de técnicas procedimentais os problemas matemáticos, baseados em um elevado número de exercícios, sem ter o tempo de elaboração do conhecimento, ficando restrito apenas aos problemas já vistos, enquanto na aprendizagem significativa, se tem o objetivo de que o aluno compreenda e ressignifique o conteúdo, a partir do que já conhece, recorrendo as técnicas aprendidas. O processo mecânico pode levar à uma aprendizagem baseada na repetição de passos, muitas vezes usada para economizar tempo, contudo, não há uma garantia de uma aprendizagem com significados.
Nesse sentido, a experiência revelou ao estagiário que há uma necessidade de maior preparação e, principalmente, tempo para elaboração de um plano de aula e de atividades que favoreçam uma aula significativa, a partir de exemplos reais contextualizados do tema a ser ensinado.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Exatas e da Terra - Ensino - Campus Chapecó