CARACTERIZAÇÃO DOS EXAMES CITOLÓGICOS REALIZADOS PELO PROJETO DIAGNÓSTICO ANATOMOPATOLÓGICO VETERINÁRIO NO PERÍODO DE JANEIRO A AGOSTO DE 2025
Palavras-chave:
Citopatologia; PAAF; neoplasiaResumo
Os projetos de extensão universitária são fundamentais para integrar a universidade à sociedade, aplicando o conhecimento científico em benefício da comunidade. Além de oferecer serviços que fortalecem o papel social da instituição, contribuem para a formação acadêmica ao proporcionar experiências práticas e integrar ensino, pesquisa e extensão. Nesse contexto, o Serviço de Diagnóstico Anatomopatológico da Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU) destaca-se por colaborar com diagnósticos que apoiam a comunidade regional, qualificando a formação dos estudantes e tendo como principais atividades a realização de exames citopatológicos, histopatológicos e necropsias. O diagnóstico citopatológico consiste na análise individual da célula, fornecendo informações sobre sua origem e morfologia. Trata-se de um método preciso, de baixo custo e rápido, que auxilia na investigação clínica. A citopatologia é uma técnica minimamente invasiva, que possibilita ampla amostragem e curto tempo entre coleta e resultado. Permite diferenciar processos inflamatórios, hiperplásicos, infecciosos e alterações neoplásicas, contribuindo para o prognóstico, avaliação de metástases e evolução clínica. A qualidade dos resultados, entretanto, depende diretamente da coleta, que deve contemplar áreas representativas da lesão, sem contaminações. O material pode ser obtido por diferentes técnicas, como punção aspirativa por agulha fina (PAAF), capilaridade, biópsias esfoliativa ou por imprint. Este trabalho teve por objetivo verificar a utilização do diagnóstico de amostras citológicas enviadas ao SUHVU, vinculado à Universidade Federal da Fronteira Sul. No período compreendido, foram realizados 29 exames citológicos. A espécie canina prevaleceu em relação as demais espécies - 24 (82,8%), registrando-se apenas 5 felinos (17,2%). As fêmeas foram prevalentes, apresentando um total de 23 casos (79,3%), enquanto 6 amostras foram de machos (20,7%). Com relação a idade, a predominância foi de paciente geriatras, tendo como média 10,3 anos. Prevaleceram os animais sem raça definida (SRD), correspondendo a um total de 13 casos (44,8%). Como forma de coleta, a PAAF foi predominante (96,6%), seguido do swab (3,4%). Diante das 29 amostras analisadas, 12 casos foram dados como não diagnósticos (41,4%), 6 foram diagnosticadas como neoplasias epiteliais (20,4%) — especificadas como malignas, benignas, borderline, bem diferenciadas e com diferenciação sebácea —, 2 casos foram inconclusivos (6,9%), 2 foram diagnosticados como mastocitoma (6,9%), e as demais amostras foram diagnosticadas como neoplasias mesenquimais, de células redondas, melanocíticas bem diferenciadas, tumor venéreo transmissível (TVT), melanoma, lipoma e inflamação neutrofílica, contendo apenas 1 caso cada (3,4%). Em síntese, o diagnóstico citopatológico mostrou-se uma ferramenta útil na rotina clínica veterinária, destacando-se pela rapidez, baixo custo e aplicabilidade. Apesar da elevada frequência de amostras não diagnósticas, a técnica demonstrou relevância na identificação de diferentes neoplasias e no auxílio ao prognóstico, reforçando a importância do aperfeiçoamento das técnicas de coleta para resultados mais conclusivos.
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