EDUCAÇÃO INTEGRAL E APRENDIZAGENS INTERDISCIPLINARES: A ‘ESCOLA DA FLORESTA’ COMO ESPAÇO DE EXPERIÊNCIA E FORMAÇÃO
Palavras-chave:
Educação integral; Ciências da Natureza; Interdisciplinaridade; Experiência.Resumo
Este estudo apresenta uma experiência pedagógica desenvolvida no Núcleo Educacional Municipal Claudino Locatelli, localizado no centro de Ipumirim-SC, que implementa a proposta de educação integral em tempo integral com turmas da Educação Infantil. A iniciativa surge a partir do desafio de repensar o espaço escolar, criando oportunidades que ultrapassam os limites da sala de aula tradicional. Nesse contexto, nasceu a “Escola da Floresta”, nome escolhido pelas próprias crianças, que se configura como um ambiente de descobertas, aprendizagens e integração com a natureza. A proposta leva os estudantes a um espaço localizado no interior do município, onde são desenvolvidas práticas que aproximam as crianças do cotidiano do campo e dos fenômenos naturais. Nessas vivências, elas exploram elementos como o solo, a água, as plantas e os animais, aprendendo a observar, investigar e experimentar. São momentos que estimulam a curiosidade, a imaginação e a criatividade, permitindo que construam conhecimentos de forma ativa e participativa. Além disso, o projeto dialoga com a cultura local, valorizando os saberes da comunidade e promovendo o encontro entre ciência e tradição. As atividades propostas integram as Ciências da Natureza com práticas culturais e atividades extracurriculares, favorecendo uma abordagem interdisciplinar que conecta teoria e prática. O aprendizado acontece no movimento entre o vivido e o refletido, entre a experiência direta e a sistematização coletiva. Essa perspectiva se aproxima da concepção de Dewey (1979), para quem a educação precisa partir da experiência e da interação com o ambiente, criando condições para que o conhecimento seja construído de forma significativa e contextualizada. Os impactos dessa experiência são perceptíveis no desenvolvimento integral das crianças. Ao longo do processo, elas demonstram maior autonomia, ampliam suas habilidades cognitivas, sociais e emocionais e fortalecem vínculos com a natureza e com a comunidade. Ao transformar o espaço natural em uma extensão da escola, a “Escola da Floresta” não apenas potencializa aprendizagens mais vivas e conectadas à realidade dos estudantes, como também estimula a formação de sujeitos críticos, curiosos e conscientes do seu papel na preservação do meio ambiente. Compartilhar essa prática com a comunidade acadêmica permite ampliar os debates sobre educação integral e sobre as possibilidades de criar propostas pedagógicas que integrem ciência, cultura e território. Ao aproximar escola e ambiente natural, essa experiência contribui para repensar os sentidos da educação contemporânea e para valorizar iniciativas que colocam a infância no centro do processo educativo.
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